Exposição e livro sobre Maria Lamas a 19 de outubro

Cerimónia inaugural do certame realiza-se no Palácio de São Bento, após a sessão plenária, a partir das 18h00. Depois será apresentado o livro Maria Lamas, mulher de causas (biografia breve), escrito por José Gabriel Pereira Bastos.

No próximo dia 19, às 18h00, será inaugurada no Palácio de São Bento, após a sessão plenária do Parlamento, a exposição intitulada Mulheres, Paz, Liberdade – Maria Lamas, cerimónia em que participa o Conservatório de Música do Choral Phydellius (o certame ficará patente até 6 de dezembro). Depois será lançado o livro Maria Lamas, mulher de causas (biografia breve), escrito por José Gabriel Pereira Bastos.

Trata-se de uma homenagem à jornalista, escritora, tradutora e empenhada ativista na luta contra o fascismo e na defesa dos direitos das mulheres (em 1945 seria eleita presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, pouco depois fechado pela PIDE). Neste âmbito escreveu obras como As Mulheres do meu País, As Mulheres no Mundo e O Mundo dos Deuses e dos Heróis e, mais tarde, também se dedicaria a escrever livros para crianças.

Nascida a 6 de outubro de 1893, em Torres Novas, repartiu a sua aprendizagem pelo convento de Santa Teresa de Jesus e, mais tarde, já depois de casada, no liceu.

Em 1911 casou-se com o oficial de cavalaria Teófilo Ribeiro da Fonseca, seguindo juntos para África, onde Maria Lamas seria mãe pela primeira vez aos 18 anos, período que recordaria no livro “Confissões de Sílvia”. Contudo, em 1920, já com duas filhas, divorciou-se. No ano seguinte, casou-se com Alfredo da Cunha Lamas, de quem teria uma filha, divorciando-se em 1936.

Jornalista numa agência de notícias, na revista Civilização e n’O Século, neste caso com apoio do escritor Ferreira de Castro, Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas dirigiu o suplemento Modas e Bordados, onde manteria uma coluna, “O Correio da Tia Filomena”, sobre a situação das mulheres em Portugal, tema que lhe permitiu receber inúmeras cartas e abordar muitas facetas da condição feminina.

Além disso, apresentou-se na vanguarda do combate e da oposição ao regime de Salazar: foi, por exemplo, defensora da candidatura do general Norton de Matos à presidência, em 1949. Presa várias vezes pela PIDE, sofreu isolamento de seis meses durante a década de 50, algo que viria a causar-lhe sérios danos à saúde.

Como membro do Conselho Mundial da Paz desloca-se ao estrangeiro e acaba por exilar-se em Paris, entre 1962 e 1969, assistindo com entusiasmo ao Maio de 1968. Nesta fase, o seu papel de ativista política não se desvaneceu e estendeu-se ao apoio a outros exilados políticos portugueses.

Voltou a Portugal em 1970, apoiou a Revolução do 25 de abril e, além de ser uma das primeiras condecoradas com a Ordem da Liberdade pelo Chefe de Estado (1980), assumira o cargo de diretora honorária da revista Modas e Bordados e ainda da revista Mulheres, sendo homenageada pelo Parlamento em 1982.

Morreria em Évora, a 6 de dezembro de 1983.

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