Controlinveste já manda na Lusomundo

A venda da Lusomundo Serviços à Controlinveste foi consumada, segundo um comunicado da administração dirigido aos trabalhadores do grupo que dá conta da entrada do novo conselho de administração presidido por Joaquim Oliveira e da destituição da direcção do “Diário de Notícias”.

O novo conselho de administração da Lusomundo Serviços, que deixa de pertencer à PT Multimédia, é composto por nove elementos, entre os quais Rolando e Gabino Oliveira, filhos de Joaquim Oliveira,, Jorge Carreira, João Viegas Soares, Manuel Soares, Hugo Correia Pires, Afonso Camões e José Marquitos, o único administrador que transita do anterior elenco.

Mudança de direcção no DN

A nova administração decidiu, como, aliás, já estava anunciado, mudar a direcção do “Diário de Notícias”, nomeando o até agora subdirector João Morgado Fernandes como director interino do jornal e dispensando os jornalistas Miguel Coutinho, Raul Vaz, Antonio Peres Metelo e Pedro Rolo Duarte.

O comunicado afirma que se manterão “nos respectivos cargos os responsáveis editoriais dos restantes órgãos de comunicação social do grupo” e acrescenta que “a Controlinveste manifesta, neste momento, a sua confiança nos jornalistas e colaboradores do grupo Lusomundo Serviços, com quem conta para a prossecução e desenvolvimento dos objectivos futuros do grupo”.

A Lusomundo Serviços controla 74,97 % da Lusomundo Media, 23,4 % da agência Lusa, 50 % da Gráfica Funchalense e 33,5 % da distribuidora VASP.

Quanto à Lusomundo Media, detém participações maioritárias na Global Notícias (que publica o “Jornal de Notícias”, o “Diário de Notícias”, o “24 Horas”, o “Tal e Qual”, o “Ocasião”, jornais regionais e revistas) e na Rádio Notícias TSF.

A Controlinveste já detinha 50% do canal de televisão Sport TV e o diário “O Jogo”.

O processo de venda da Lusomundo à Controlinveste iniciou-se em Fevereiro de 2005, quando a PT Multimédia anunciou que o valor do negócio fora de 300,4 milhões de euros. A concretização da compra demorou quase seis meses devido à necessidade de aprovação pela Alta Autoridade para a Comunicação Social e da Autoridade da Concorrência, que acabaram por dar o seu aval à operação.

O Sindicato dos Jornalistas, e outras entidades, manifestaram-se contra a venda da Lusomundo à Controlinveste, por considerarem que agrava a concentração dos média em Portugal e, assim, aumentar o risco de ameaça à liberdade de imprensa.

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