Consulado de Londres impede reportagem

O consulado de Portugal em Londres impediu dois jornalistas do “Diário de Notícias/Madeira” de realizarem uma reportagem sobre o atendimento aos emigrantes naquele local. O Sindicato dos Jornalistas apresentou ao ministro dos Negócios Estrangeiros um protesto contra esta acção ilegal dos funcionários consulares.

O incidente ocorreu a 6 de Setembro de 2002, no serviço de atendimento do consulado. Os jornalistas Ivo Caldeira e Rui Marote foram convidados a abandonar o local por duas funcionárias, que chegaram ao ponto de exigir a entrega de um rolo fotográfico.

Perante a recusa dos jornalistas em sairem, as mesmas funcionárias e o Chanceler chamaram a polícia que, no entanto, recusou-se a apreender o rolo.

O Sindicato dos Jornalistas condenou esta actuação ilegal, da qual dará conhecimento à Alta Autoridade para a Comunicação Social, ao Procurador-Geral da República e ao Ministro da Presidência.

É o seguinte o texto integral do comunicado do Sindicato dos Jornalistas:

CONSULADO DE LONDRES IMPEDE REPORTAGEM

O Sindicato dos Jornalistas apresentou hoje ao Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas o seu protesto pela forma como dois jornalistas do Diário de Notícias/Madeira foram tratados por funcionários do consulado português em Londres.

De facto, no dia 6 do corrente, os jornalistas Ivo Caldeira e Rui Marote entraram no serviço de atendimento daquele consulado, quando este abriu ao público, para observarem a forma como são atendidos os nossos compatriotas a residir em Inglaterra. Eis senão quando são abordados por duas funcionárias que, de forma desabrida, lhes dizem que não podem trabalhar ali e exigem a entrega do rolo fotográfico. Perante a recusa dos jornalistas a sair e a fornecer o referido rolo as funcionárias chamaram a polícia. Quando esta chegou, uma das funcionárias pediu aos agentes para retirarem o rolo da câmara do repórter fotográfico. Enquanto os jornalistas falavam com os agentes da polícia explicando que apenas faziam uma reportagem, surgiu um funcionário, que se identificou como sendo o Chanceler, o qual recusou dar qualquer explicação e ordenou a expulsão dos jornalistas das instalações do consulado. A polícia fez cumprir a ordem de expulsão convidando os jornalistas a sair, mas recusou-se a apreender o rolo ao repórter fotográfico.

O Sindicato dos Jornalistas considera intolerável esta actuação dos agentes consulares que, em vez de apoiarem o trabalho dos jornalistas como era seu dever, agiram em claro desrespeito da lei do país que representam.

O Sindicato vai dar conhecimento deste caso à Alta Autoridade para a Comunicação Social, ao Procurador-Geral da República e ao Ministro da Presidência.

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