Cofina tenta fazer despedimentos ilegais

Jornalistas ao serviço do “Correio da Manhã” e da “TV Guia”, do grupo Cofina, estão a ser abordados individualmente com vista ao seu despedimento selectivo, arbitrário e ilegal – denuncia o Sindicato dos Jornalistas (SJ) em comunicado hoje divulgado.

O SJ repudia este comportamento da Cofina, tanto mais escandaloso quando se trata de uma empresa líder de mercado, “manifesta a mais viva solidariedade para com os jornalistas em causa”, e apela à “solidariedade activa, especialmente dos jornalistas ao serviço do “Correio da Manhã”, da “TV Guia” e restantes publicações” do grupo em defesa dos seus camaradas e da dignidade das redacções.

Tal solidariedade, sublinha o SJ, é “indispensável”, não só para proteger os jornalistas agora atingidos, mas igualmente para prevenir futuros ataques à dignidade pessoal e profissional dos jornalistas.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

SJ repudia despedimentos arbitrários na Cofina

1.A Direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) tomou conhecimento de que o grupo Cofina tem estado a abordar jornalistas ao serviço do “Correio da Manhã” e da “TV Guia”, com vista ao seu despedimento selectivo, arbitrário e ilegal.

2.Profissionais foram chamados aos respectivos directores, que os confrontaram com a notícia de que seriam contactados pelos serviços de recursos humanos, a fim de procederem à rescisão dos respectivos contratos de trabalho, visando mais um emagrecimento dos quadros redactoriais mas sem justificar os critérios de selecção dos trabalhadores abrangidos.

3.Tais procedimentos são absolutamente ilegais, moralmente condenáveis e atingem a dignidade das pessoas abordadas.

4.O SJ repudia sem hesitação esta forma de despedimento arbitrária e ilegal, manifesta a mais viva solidariedade para com os jornalistas em causa e apela à solidariedade activa, especialmente dos jornalistas ao serviço do “Correio da Manhã”, da “TV Guia” e restantes publicações do grupo Cofina, em defesa dos seus camaradas e da dignidade das redacções.

5.Tal solidariedade é indispensável, não só para proteger os jornalistas agora atingidos, mas, também, para prevenir de forma decisiva futuros ataques idênticos à dignidade pessoal e profissional dos jornalistas: não podemos aceitar passivamente ou com resignação abusos e arbitrariedades como estes.

6.Mais uma vez, o SJ sublinha que, embora as rescisões por genuíno mútuo acordo também se traduzam no empobrecimento e na diminuição da capacidade das redacções, não se opõe a que as empresas abram processos voluntários, quando se encontram em dificuldades. Mas, não aceita que os jornalistas sejam violentamente confrontados com processos selectivos, invocando a sua dispensabilidade.

7.O procedimento adoptado e o novo emagrecimento pretendido são ainda mais escandalosos numa empresa líder de mercado. O SJ não aceita que as empresas continuem a sacrificar os postos de trabalho e o futuro pessoal e profissional dos jornalistas e outros trabalhadores para engrossarem os seus resultados.

Lisboa, 16 de Setembro de 2010

A Direcção

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