Alfredo Mendes mostra século visto do café Piolho

“Café Âncora d’Ouro – Piolho, Um Século de Vivências” é o título do novo livro do jornalista Alfredo Mendes, cujo lançamento vai acontecer esta noite naquele café portuense.

Obra a apresentar pelo professor universitário Paulo Morais, da Comissão do Centenário do Café Piolho, esta crónica histórica do velho “Piolho” constitui um olhar distanciado – por isso jornalístico – de uma verdadeira instituição cívica da cidade do Porto.

Café emblemático fundado há um século em pleno meio universitário, o Piolho (Âncora d’Ouro, de sua denominação comercial) foi o café de sucessivas gerações de “estudantada” que ali buscou buliçoso refúgio para mergulhar nas sebentas e conspirar contra o fascismo com outra “malta do reviralho” – especialmente intelectuais que, com o tempo, se foram dispersando por outros destinos.

Ali germinaram projectos de revoluções e se planificaram pichagens clandestinas. Ali se discutiram os rumos da Revolução. Ali se conheceram homens e mulheres, se construíram amores e se desfizeram em desamores. Ali se torturaram em sebentas e compêndios gerações de estudantes.

É das ideias grandiosas e das coisas singelas (“foi no Piolho que conheci a mãe dos meus filhos…”) que escreve Alfredo Mendes, nessa “corrente afectiva entre a clientela e o café” a propósito do centenário, onde também se evoca o que, numa centúria inteira, passou sobre as mesas do Piolho. Desde o ano primeiro – 1909 – ano de cheias no Douro, tudo o que foi digno de nota na cidade foi objecto óbvio de conversa de café.

Alfredo Mendes, que deixou nas páginas do “Diário de Notícias”, até Abril deste ano, o registo do seu olhar sensível sobre pessoas, lugares e coisas, é autor de dois outros livros – “Livro de Ouro do FCP”, iniciativa do DN, e “Cávado – Rio Lindo”, editado pela Águas do Cávado. “Café Âncora d’Ouro – Piolho, Um Século de Vivências” sai sob a chancela da Âncora Editora.

Partilhe