Agência espanhola não reconhece vínculo com jornalista morta em serviço

A Korpa, agência espanhola de “notícias do coração”, responde hoje, 26 de Maio, num tribunal de Sevilha por se recusar a reconhecer a relação laboral com Ana Belén García, morta num acidente de viação quando se dirigia para um serviço, e por não querer indemnizar a família da jornalista falecida.

O acidente mortal ocorreu a 20 de Janeiro de 2005, quando Ana Belén García e uma repórter de imagem da mesma agência se dirigiam para Villafranca, em Córdoba, para cobrir um acto dos Príncipes das Astúrias.

No momento do acidente, Ana Belén García – que era aluna de doutoramento na Faculdade de Comunicação de Sevilha – não tinha contrato de trabalho com a agência, apesar de responder a chefias e de os seus horários, jornadas de trabalho e serviços a efectuar serem determinados pela agência, que também disponibilizava os meios técnicos e de transporte necessários à concretização das reportagens.

Para a Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) e para o Sindicato de Jornalistas da Andaluzia (SPA), este caso demonstra, uma vez mais, a necessidade de regular legalmente a profissão de jornalista em Espanha – através de um Estatuto do Jornalista Profissional, que está a tramitar no parlamento – e de uma lei de direitos laborais complementar.

As duas organizações esperam ainda que a sentença judicial seja favorável à família da jovem falecida, pois desse modo seria aberto um precedente que obrigaria as empresas de comunicação a regularizar a situação laboral dos seus trabalhadores. Em Espanha existe um número considerável de jornalistas em situação bastante precária.

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