Adesão à greve não tem de ser comunicada

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) adverte que ninguém é obrigado a comunicar às chefias se adere à Greve Geral de 24 de Novembro. O alerta surge na sequência de informações dando conta de que há hierarquias de órgãos de informação a tentar saber, a pretexto de necessidades de planeamento, qual vai ser a adesão à jornada de luta.

Em comunicado divulgado esta tarde, 9 de Novembro, o SJ lembra que tal prática é “eticamente condenável” e pode ser considerada uma “manobra de pressão e de intimidação sobre os trabalhadores para que não cumpram a greve”.

Apelando aos jornalistas para que não se deixem intimidar, o SJ garante que não hesitará, caso a situação se mantenha, em “denunciar publicamente todos os órgãos de informação de que tenha conhecimento onde tais práticas estão a ocorrer e de participar as ocorrências à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT)”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

Jornalistas não devem comunicar às chefias se vão aderir à Greve Geral

1.O Sindicato dos Jornalistas foi alertado para o facto de hierarquias de órgãos de informação estarem a recolher informação antecipada sobre os jornalistas e outros trabalhadores que pretendem aderir à Greve Geral de 24 de Novembro, a pretexto de necessidades de planeamento.

2.Tal prática é eticamente condenável, por invadir a esfera da decisão pessoal dos trabalhadores que deve ser respeitada, e pode ser considerada uma manobra de pressão e de intimidação sobre os trabalhadores para que não cumpram a greve.

3.A Direcção do SJ exige a suspensão imediata de quaisquer formas de recenseamento antecipado, pelas empresas, de jornalistas e outros trabalhadores grevistas e recorda que os trabalhadores têm o direito de completa reserva quanto à decisão que entendam tomar.

4.O SJ apela a todos os jornalistas com funções de Direcção e Chefia para que, independentemente das respectivas opções pessoais, se recusem a proceder à recolha de informações sobre a intenção de greve dos seus subordinados e camaradas de redacção, respeitando assim o seu livre direito de participar na greve e o direito à reserva das suas escolhas.

5.Se tal prática se mantiver, o SJ não hesitará em denunciar publicamente todos os órgãos de informação de que tenha conhecimento onde tais práticas estão a ocorrer e de participar as ocorrências à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

6.O SJ apela ainda aos jornalistas e aos outros trabalhadores do sector para que não se deixem intimidar, façam valer os seus direitos, resistam e se recusem informar as direcções e chefias sobre as suas intenções, seja a que pretexto for.

Lisboa, 9 de Novembro de 2010

A Direcção

PASSEM A PALAVRA: O SILÊNCIO É UMA ARMA CONTRA A INTIMIDAÇÃO!

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