O Sindicato dos Jornalistas (SJ) espera que o acordo de reestruturação do Grupo Controlinveste Media, divulgado anteontem, se traduza no robustecimento das condições financeiras do grupo e na garantia de manutenção dos vários órgãos de comunicação social de que este é detentor.
Em comunicado divulgado esta tarde, o SJ regista o facto de a Administração da Controlinveste afirmar que, com o acordo de reestruturação, o grupo “ficará em condições de dar continuidade ao seu longo historial e enfrentar os exigentes desafios que se colocam na área dos Media em Portugal”, e reafirma o seu empenho em continuar a “pugnar pelos direitos e interesses dos jornalistas, contribuir para a unidade de todos os trabalhadores do grupo e defender a preservação e o reforço dos meios de informação nele integrados”.
É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:
O SJ e a reestruturação do Grupo Controlinveste Media
1. O Sindicato dos Jornalistas analisou as informações disponíveis sobre o acordo de reestruturação do Grupo Controlinveste Media, nos termos em que este foi divulgado esta semana pela Administração da Controlinveste e pelo advogado Daniel Proença de Carvalho.
2. No essencial, o referido acordo deverá concretizar-se em novas condições de capitalização do grupo, através da conversão em capital de parte dos créditos bancários e do aumento de capital através de novos accionistas, bem como num “novo plano de negócios sustentado a longo prazo”.
3. Antes de mais, o SJ espera que o acordo – com incidência na estrutura accionista e, consequentemente, no governo da sociedade – se traduza no robustecimento das condições financeiras do grupo e, por conseguinte, na garantia de manutenção dos vários órgãos de comunicação social de que este é detentor.
4. Registando a afirmação da Administração da Controlinveste de que o grupo “ficará em condições de dar continuidade ao seu longo historial e enfrentar os exigentes desafios que se colocam na área dos Media em Portugal”, o SJ sublinha a importância de preservar a integridade, a identidade, a independência e a autonomia e o futuro de todos e de cada um dos títulos, bem como todos os seus postos de trabalho.
5. Com a independência de quem tem criticado a concentração de propriedade de meios de comunicação social que a Controlinveste representa, o SJ considera que qualquer “revisão dos planos de negócios” e qualquer operação de alienação, a médio prazo, das posições dos bancos BCP e BES – intenções anunciadas por Proença de Carvalho – devem ter como prioridades centrais a manutenção e o reforço dos referidos títulos e a protecção das condições de trabalho.
6. Tais preocupações foram já transmitidas à actual Administração da Controlinveste e sê-lo-ão por maioria de razão à futura Administração, logo que sejam eleitos os novos órgãos sociais da sociedade, designadamente através do pedido de uma reunião com o Conselho de Administração.
7. O SJ continuará a acompanhar o processo com todo o interesse e empenho, com o objectivo de pugnar pelos direitos e interesses dos jornalistas, contribuir para a unidade de todos os trabalhadores do grupo e defender a preservação e o reforço dos meios de informação abrangidos.
Lisboa, 29 de Novembro de 2013
A Direcção
