GRUPO LUSOMUNDO/PT DESPEDE JORNALISTAS

As condições de despedimento de trabalhadores da Someios, empresa satélite do grupo Lusomundo/PT, suscitou um comunicado do SJ, que em apoio dos resistentes a essa operação de emagrecimento dos quadros da empresa exortou esta a absorver os excedentes noutras empresas do grupo, aplicando assim as sinergias que tanto apregoa.

1. A Someios, empresa satélite do «Jornal de Notícias» e do «Diário de Notícias», está a proceder a uma reestruturação musculada dos seus quadros, empurrando para o desemprego vários jornalistas e outros trabalhadores.

2. A empresa, que produz a revista dominical do JN, do DN e do «Diário de Notícias do Funchal», foi criada para editar, além da «Notícias Magazine», cadernos temáticos e outras iniciativas editoriais a inserir no conjunto ou numa das publicações referidas.

3. Há alguns meses, a empresa desencadeou um processo de emagrecimento dos seus quadros, compelindo alguns trabalhadores para processos de rescisão ditos por mútuo acordo, avançando mais recentemente para uma tentativa de despedimento colectivo dos que resistiram à extinção da relação de trabalho.

4. Além de ser legítimo questionar a necessidade de reestruturar a empresa, o Sindicato dos Jornalistas considera que não há argumentos que justifiquem tal medida, nem os próprios trabalhadores visados foram esclarecidos.

5. Constando, porém, que a empresa poderia justificar-se com a alegada falta de encomendas dos seus clientes, há que afirmar que tal argumento não pode ser aceite, na medida em que os clientes da Someios são, precisamente, os seus próprios accionistas.

6. Se de todo em todo não for possível a manutenção dos postos de trabalho, o grupo Lusomundo, integrado no largo conglomerado de interesses da Portugal Telecom, dispõe de um confortável conjunto de empresas jornalísticas capazes de absorver eventuais excedentes, aliás em número reduzido no caso em presença.

7. A Lusomundo/PT, que insiste no objectivo de explorar as chamadas sinergias de grupo, tem aqui uma oportunidade de conferir a tais «sinergias» uma dimensão social, a não ser que queira confirmar os efeitos das concentrações que o Sindicato dos Jornalistas tem vindo a denunciar – a limitação da liberdade de emprego e constrangimentos à própria liberdade de expressão.

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