Para homenagear o papel da comunicação social na promoção da democracia e da boa governação, a UNESCO decidiu dedicar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 2005 ao tema “Média e Boa Governação”.
“A informação profissional e rigorosa é, muitas vezes, o único recurso que a sociedade tem para combater a corrupção”, afirmou o japonês Koïchiro Matsuura, director-geral da UNESCO, para quem a boa governação depende de uma “maior transparência e responsabilização da administração pública” acompanhada por “leis que concedam acesso total a áreas de informação de interesse público”.
Para o director-geral da UNESCO, as ameaças de morte, os sequestros, as torturas e os assassinatos de jornalistas devido ao exercício da sua profissão são inadmissíveis, não só porque violam os direitos humanos individuais, como também afectam o espírito da democracia e a livre circulação de informação.
“Por isso homenageamos os jornalistas que arriscam as suas vidas para dar ao público informação independente e rigorosa. O seu profissionalismo e coragem constituem uma contribuição incalculável para a defesa dos direitos e liberdades fundamentais de todos”, afirmou Koïchiro Matsuura.
Censura da imprensa é negação da democracia
Tendo uma opinião coincidente com a de Koïchiro Matsuura, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, destacou na sua comunicação a propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa que “a censura, a supressão de informação, a intimidação e a interferência são uma negação da democracia, um obstáculo ao desenvolvimento e uma ameaça à segurança de todos”.
Kofi Annan destacou sobretudo o mau exemplo dos “média do ódio”, que instigaram a violência em países como o Ruanda e a Costa do Marfim, e relembrou ainda a todos os governos que o direito a “procurar, receber e divulgar informação e ideias através dos média” está inscrito no artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O secretário-geral da ONU sublinhou ainda que os média têm a possibilidade de promover a tolerância e a compreensão entre as pessoas, e frisou o papel central da liberdade de imprensa no desenvolvimento da liberdade.
Por fim, no âmbito das comemorações do 3 de Maio, o Departamento de Informação Pública da ONU divulgou uma lista de dez assuntos que não foram devidamente acompanhados pela imprensa, dos quais cerca de metade é relativo a África.