Tribunal ordena reintegração de jornalista da RAI

A juiza Stefania Billi, do Tribunal do Trabalho de Roma, ordenou a reintegração do jornalista Michele Santoro na RAI, considerando “ilegítimo” o despedimento de que este foi alvo em 2002.

Além da reintegração de Santoro como realizador e apresentador de programas televisivos, a RAI terá de pagar ao jornalista – que em 2004 foi eleito eurodeputado pela coligação de centro-esquerda L’Ulivo – uma indemnização de milhão e meio de euros, pelos danos profissionais causados.

Este caso remonta a 18 de Abril de 2002, quando o presidente do conselho italiano Silvio Berlusconi exigiu – durante uma conferência de imprensa em Sofia, na Bulgária – que os jornalistas Michele Santoro e Enzo Biagi e o humorista Daniele Luttazzi fossem afastados por “fazerem um uso criminoso da televisão pública”, o que aconteceu poucos meses depois.

Em reacção à sentença do tribunal, proferida a 26 de Janeiro, o secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), Paolo Serventi-Longhi, considerou que, uma vez que não é possível pedir a demissão de Silvio Berlusconi, o primeiro culpado neste caso, então é de exigir a demissão do Conselho de Administração da RAI e do respectivo director-geral, Flavio Cattaneo.

Por seu turno, Roberto Natale, secretário-geral do USIGRAI (sindicato da RAI), declarou que “este era um belo dia para os jornalistas da RAI”.

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