Tribunal do Mississippi intima repórter a revelar fontes

O juiz Robert W. Bailey, do tribunal de Meridian, no estado norte-americano do Mississippi, ordenou a 8 de Junho à jornalista Ann Radelat, do “The Clarion-Ledger” de Jackson, que revelasse as fontes de uma notícia que pôs em causa a idoneidade de alguns agentes, pois todos os meios razoáveis de identificação alternativa foram esgotados.

O processo respeita a uma notícia de 18 de Abril de 2003, na qual Ann Radelat se baseava num memorando confidencial do gabinete de combate ao narcotráfico que acusava alguns agentes de procedimentos incorrectos.

Dois desses agentes, Earl Pierce e Jimmy Saxton, processaram o ex-director do gabinete, Frank Melton, acusando-o de ter passado a informação à jornalista, bem como o agente Warren Buchanan, que segundo eles seria a fonte confidencial das acusações contidas no memorando.

Entretanto, uma investigação estatal, concluída em Março, ilibou Earl Pierce e Jimmy Saxton de qualquer procedimento incorrecto, pelo que os agentes pretendem juntar acusações de difamação ao processo e alegam que a revelação da fonte é relevante para o caso.

O juiz concordou com as exposições dos queixosos e frisou que estes “obtiveram testemunhos de todos os que receberam o memorando das mãos do autor e de algumas pessoas que poderiam ter tido acesso ao documento”, sendo que todas as pessoas questionadas – incluindo Frank Melton (recentemente eleito mayor de Jackson) e Warren Buchanan – declararam sob juramento não ter sido elas a fonte de Ann Radelat.

O advogado da jornalista, Leonard Van Slyke, contesta a argumentação do juiz de que as alternativas foram esgotadas, uma vez que não foram chamadas a depor sob juramento algumas secretárias que poderiam ter tido acesso ao documento.

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