Três jornalistas detidos no Chade por “rapto de crianças”

As autoridades do Chade detiveram três jornalistas franceses que faziam a cobertura de uma tentativa de evacuação de 103 crianças chadianas para França levada a cabo por seis elementos da organização não-governamental gaulesa Arche de Zoé, a 25 de Outubro

Os repórteres fotográficos Marc Garmirian, da agência noticiosa Capa, e Jean-Daniel Guillou, da Synchro X, foram formalmente acusados ao final do dia 29 de Outubro, juntamente com a jornalista Marie-Agnès Peleran, da France 3 Méditerranée, que se encontrava no Chade a título pessoal, embora também estivesse a filmar a operação da Arche de Zoé com uma câmara emprestada pela estação televisiva onde trabalha.

Além dos três jornalistas e de seis elementos da Arche de Zoé – todos eles franceses –, são acusados de cumplicidade no caso os sete tripulantes espanhóis do avião que foi alugado pela ONG para o transporte das 103 crianças que viviam na fronteira entre o Chade e o Darfur.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e os sindicatos de jornalistas franceses SNJ e SNJ-CGT protestaram contra esta situação, alegando que os três profissionais da comunicação social devem ser encarados como meros observadores neste alegado caso de “rapto de menores tendente a comprometer o seu estado civil”.

A operação da Arche de Zoé foi condenada pelo governo francês e o embaixador afirmou que os envolvidos iriam ter de enfrentar o sistema de justiça do Chade.

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