Três jornalistas despedidos arbitrariamente na Impala

Carlos Narciso, António Rodrigues e Kátia Catulo foram despedidos na véspera de Natal pela administração da Impala. Os três jornalistas haviam ingressado na empresa a convite para ocuparem cargos de responsabilidade na “TV Top”, a nova revista do grupo.

O despedimento dos três jornalistas, cujo desempenho profissional nunca foi posto em causa, configura mais uma arbitrariedade da administração da Impala, já que se registou após um alegado abandono do projecto, que afinal não se veio a verificar – denuncia o Sindicato dos Jornalistas (SJ) em comunicado divulgado hoje, 30 de Dezembro.

Para o SJ, o inusitado processo de despedimento, consumado poucos dias depois de ter sido assegurado aos jornalistas que “os seus postos de trabalho estavam garantidos noutras publicações da empresa”, confirma a persistente “violação dos direitos e da dignidade dos trabalhadores” por parte da Impala a que urge pôr termo.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

Arbitrariedade reina na Impala

Três jornalistas – Carlos Narciso, António Rodrigues e Kátia Catulo – foram arbitrariamente despedidos, na véspera do dia de Natal, pela Administração da Impala.

Os três profissionais tinham sido convidados pela Impala para ocuparem cargos de responsabilidade na nova revista, denominada “TV Top”, a lançar pela empresa. Carlos Narciso foi convidado para director, António Rodrigues para editor-executivo e Kátia Catulo para grande repórter. Os três deixaram os seus anteriores empregos para se dedicarem ao projecto da nova revista.

A estruturação da revista e a preparação do seu lançamento decorreram sem que o desempenho profissional dos três jornalistas fosse posto em causa, tanto pela Direcção-Geral como pela Administração.

A publicação do primeiro número da revista, marcada para 9 de Dezembro, foi adiada para 16 de Dezembro, mas nesse dia foi comunicado à Redacção que, afinal, a revista não saía. Na ocasião, a empresa assegurou aos jornalistas que os seus postos de trabalho estavam garantidos noutras publicações da empresa. Contudo, a 24 de Dezembro, os referidos três jornalistas receberam cartas de despedimento.

Aparentemente, o despedimento dos três jornalistas era o resultado nefasto de mais uma aventura editorial mal sucedida, situação de que não eram responsáveis pois tinham dado o melhor do seu esforço e saber para o sucesso da publicação.

Contudo, no dia 29 de Dezembro, foi anunciado aos jornalistas sobreviventes da Redacção da “TV Top” que, afinal, o projecto iria ser retomado, com nova direcção e outros jornalistas.

Perante esta situação, o Sindicato dos Jornalistas não pode deixar de sublinhar o carácter prepotente e de manifesta deslealdade da atitude da Administração da Impala, que persiste na violação de direitos e na ofensa à dignidade dos trabalhadores da empresa. O SJ lembra que a 27 de Dezembro pediu a intervenção da Inspecção-Geral do Trabalho para pôr cobro a situações de ilegalidade que se tornaram prática corrente na empresa.

O Sindicato dos Jornalistas renova o seu apelo à união de todos os trabalhadores do Grupo Impala em defesa dos seus legítimos direitos e da sua dignidade, e manifesta o seu indefectível apoio aos três jornalistas arbitrariamente despedidos, acompanhando-os nas acções que entenderem desenvolver, nomeadamente no recurso à Justiça.

A Direcção

Lisboa, 30 de Dezembro de 2004

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