Paralisação parcial a 17 de Fevereiro, manifestação central a 20 de Fevereiro e greve de 24 horas a 3 de Março foram as formas de luta definidas pelos trabalhadores da emissora pública espanhola CRTVE em plenários realizados nos vários centros.
As acções de protesto surgem em apoio de uma plataforma reivindicativa que reclama a plena ocupação de todos os trabalhadores e adequação das equipas às necessidades reais do serviço público definido por lei, a recuperação dos conteúdos de serviço público e a produção nos horários de maior audiência, dando maior destaque aos jornalistas em detrimento das “estrelas” e dos colaboradores externos.
A plataforma pretende ainda reduzir e limitar os quadros externos aos 10% que estabelece a lei para a equipa e a eliminação da contratação fraudulenta, o estabelecimento de uma carreira profissional para todos os trabalhadores, fixando de forma transparente os cálculos de taxas e rácios de contabilização da produção, bem como a recuperação dos programas de informação de actualidade e culturais na TVE e na RNE.
A 22 de Janeiro, a direcção da emissora pública assinalou em comunicado a necessidade de austeridade e rentabilidade pessoal e material, bem como a decisão de “conseguir uma maior integração dos trabalhadores no processo produtivo e não desperdiçar nem um pouco do talento que há na RTVE”.
Porém, apenas três dias depois soube-se que o novo presidente da empresa, Alberto Oliart, contratara a sua sobrinha Silvia Delgado como directora de coordenação de conteúdos da TVE, uma contratação externa que caiu muito mal junto de trabalhadores e sindicatos da RTVE, que decidiram adoptar a frase “Não à externalização” como lema central da jornada de luta.
Entretanto, no dia 28 de Janeiro, cerca de 150 trabalhadores do centro de produção da TVE em Sant Cugat anteciparam o início da sua jornada de luta, concentrando-se, por volta do meio-dia, em protesto pela externalização da produção de noticiários e programas levada a cabo por dirigentes da empresa.
