Os novos órgãos sociais do Sindicato dos Jornalistas (SJ) para o triénio 2010-2012 tomaram posse hoje, 18 de Janeiro de 2010, em cerimónia realizada durante a tarde na sede nacional, em Lisboa.
No discurso de tomada de posse, o presidente da Direcção, Alfredo Maia, afirmou a vontade de “respeitar os compromissos assumidos” pela sua lista junto dos associados, “intervindo em todas as frentes onde a sua força for necessária, das empresas aos órgãos do poder político; das mesas de negociação colectiva aos tribunais; da reserva das suas instalações à rua e ao espaço público”.
Sublinhando que “não está na tradição” do SJ “circunscrever a sua missão e o seu trabalho concreto à esfera dita corporativa, pois, em última análise, os reais destinatários do seu labor são muito mais os cidadãos do que os profissionais que representa”, Alfredo Maia garantiu porém que a sua Direcção irá “defender os jornalistas e valorizar o jornalismo”.
Apesar de estar consciente de que essa é uma tarefa difícil, a Direcção propõe-se a lutar por alcançar objectivos como “o fim da exploração do trabalho de estudantes; o fim da exploração da precariedade e a justa regulação do verdadeiro trabalho independente; a negociação de carreiras profissionais e de salários justos; a defesa efectiva dos direitos de autor dos jornalistas e o fim do confisco ilegítimo das suas criações”.
Também fazem parte dos objectivos para este triénio “a efectiva formação contínua dos jornalistas; o respeito pelas regras de higiene, saúde e segurança; a recuperação do sistema de saúde dos jornalistas; a eliminação de quaisquer formas de discriminação no acesso à informação; e o fim de quaisquer constrangimentos à liberdade de expressão e de informação”.
Elegendo “a precariedade, o desemprego e o medo” como os três principais adversários do Jornalismo, dos jornalistas e do seu Sindicato, Alfredo Maia considera que, mais do que um problema, o agravamento da ausência dos associados e dos jornalistas em geral de actos e iniciativas que lhes dizem colectivamente respeito, é um desafio a ultrapassar.
Esta crise de mobilização da classe foi também referida pelo presidente cessante da Mesa da Assembleia Geral (MAG), José Luiz Fernandes, para quem “os órgãos sociais hoje empossados, particularmente a direcção sindical, têm três anos de mandato extremamente exigentes pela frente”, durante os quais o diálogo será essencial.
Ciente das responsabilidades que assume, o seu sucessor, Fernando Cascais, proferiu um curto discurso, dando destaque a “meia-dúzia de coisas” pelas quais o colectivo a que pertence se vai bater, pois acredita que: a) o jornalismo não se vai afogar no oceano da comunicação; b) o jornalismo não vai ser vencido pela propaganda nem pelas relações públicas; c) a ética é um dever público e uma referência profissional e empresarial; d) os profissionais do jornalismo não podem ser trocados por amadores; e) as empresas podem ser públicas ou privadas, mas o jornalismo é sempre um serviço público; f) o jornalismo é uma trave da Democracia, uma parte da História e um factor de Cultura.
A terminar a cerimónia de posse – a que assistiram, entre outros, representantes da CGTP-IN e da UGT, do ministro dos Assuntos Parlamentares, da Confederação de Meios, da Associação Portuguesa de Imprensa, do ISCTE – interveio o presidente do Conselho Deontológico (CD), Orlando César, que num breve improviso lembrou a importância dos valores éticos e deontológicos da profissão, bem como a responsabilidade do órgão a que preside, garantindo estar neste novo mandato em melhores condições de responder às exigências que se colocam ao CD.
As versões integrais dos discursos estão disponíveis nos ficheiros em anexo.