O grupo Global Unions (Sindicatos Globais), que integra a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), acusou os governos que preparam a Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação de quererem “sufocar as vozes dissidentes”, após terem excluído a sociedade civil do debate sobre o esboço das conclusões finais.
Os governos que a estão a preparar a Cimeira Mundial para a Sociedade de Informação (World Summit on Information Society, WSIS) votaram a favor da exclusão das organizações não governamentais e da sociedade civil da discussão sobre o plano de acção a adoptar no encontro, que terá início a 10 de Dezembro, em Genebra.
“As pessoas estão legitimamente chocadas por uma conferência que dará forma à política de informação para as próximas décadas ter uma agenda discutida à porta fechada”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.
Para o responsável da FIJ, “esta decisão reduz a uma farsa os princípios da democracia, inclusão e da sociedade aberta que deveriam enquadrar a política para a sociedade de informação”.
A Global Unions vai juntar-se aos projectos que decorrerão esta semana em Genebra, onde decorre a segunda das três reuniões preparatórias da cimeira, que é organizada por várias agências das Nações Unidas, lideradas pela União Internacional das Telecomunicações.
A cimeira abordará as questões globais colocadas pelas novas tecnologias da comunicação, nomeadamente a Internet e a expansão global do mercado da informação, no plano político e no plano da regulação. Deveria ser um processo tripartido, mobilizando a sociedade civil, o universo empresarial e os governos, uma intenção que poderá estar reduzida a uma mera cosmética.
Um segundo encontro mundial está previsto para Tunes, em 2005. “Ainda falta muito até as políticas estarem concluídas. Mas se os governos decidirem exlcuir as opiniões públicas desde o início, estaremos perante um exercício falhado que minará a confiança no futuro da sociedade da informação”, disse Aidan White.