SJ valoriza unidade na acção em mensagem à CGTP

Em saudação enviada ao 10.º Congresso da CGTP, a decorrer de 30 a 31 de Janeiro, em Lisboa, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) sublinha a importância da “unidade dos trabalhadores” e reafirma o seu “compromisso histórico de unidade na acção com todo o movimento sindical”.

Na sua mensagem, o SJ destaca o “gravoso contexto” sócio-laboral com que os trabalhadores hoje se defrontam, marcado por “um preocupante retrocesso no domínio dos direitos sociais e até cívicos”, mas manifesta a sua esperança de que o Congresso da CGTP contribua para “o reforço e a valorização do movimento sindical”.

O SJ é hoje um sindicato independente, mas preza o seu papel na fundação da CGTP, como se afirma na mensagem, mantendo-se “fiel à ideia fundamental da unidade dos trabalhadores como factor determinante na reconquista de direitos e estímulo essencial à luta por novas conquistas”.

Uma delegação da Direcção do SJ participa, como convidada, na reunião magna da CGTP.

É o seguinte o texto, na íntegra, da saudação do SJ:

Saudação do Sindicato dos Jornalistas ao 10.º Congresso da CGTP

O Sindicato dos Jornalistas saúda fraternalmente o 10.º Congresso da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional e transmite aos seus delegados a convicção de que desta jornada sairão novas e valiosas contribuições para o reforço e a valorização do movimento sindical.

Conhecendo bem o gravoso contexto em que a CGTP celebra o seu 10.º Congresso, caracterizado por uma intensa e poderosa ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, por um preocupante retrocesso no domínio dos direitos sociais e até cívicos, e mesmo por um crescendo de hostilidade e de perseguição a dirigentes e activistas sindicais, o Sindicato dos Jornalistas deseja transmitir aos delegados e, através destes, aos trabalhadores filiados nas suas organizações, uma mensagem de esperança.

Nunca a Humanidade chegou tão longe em desenvolvimento científico, técnico e tecnológico. Jamais se assistiu a tão espantosa disponibilidade de informação e conhecimento. Nem a mais ousada ficção foi capaz de prever a infinidade de possibilidades de melhoria das condições de trabalho, de redução ou mesmo eliminação de tarefas penosas ou arriscadas, de padrões de produtividade e de qualidade mais elevados. Tão-pouco imaginação alguma foi capaz de antecipar as maravilhas do conforto e do lazer que a moderna civilização tem ao seu alcance.

Contraditoriamente, a Humanidade assiste hoje a um brutal retrocesso civilizacional; a uma intolerável desigualdade no acesso ao bem-estar e ao conforto, à alimentação e à saúde, à informação e à cultura, à instrução e à educação; ao esbulho de inúmeras conquistas dos trabalhadores e do movimento sindical; à erosão de direitos e mesmo ao ataque destrutivo da dignidade de milhões de trabalhadores, de idosos, de crianças e jovens.

No momento em que iniciais os trabalhos de mais um congresso – expressivamente dedicado à afirmação da contratação colectiva, emprego de qualidade, solidariedade e justiça social – trazemo-vos o testemunho de uma organização sindical que, sendo hoje independente, não renega – antes valoriza – o seu papel na fundação da CGTP e que se mantém fiel à ideia fundamental da unidade dos trabalhadores como factor determinante para a reconquista de direitos e estímulo essencial à luta por novas conquistas.

Acreditando na diversidade como fermento de unidade, no salutar debate das diferenças de opinião como forma de construção de percursos comuns, na firmeza das convicções como instrumento de transformação da Sociedade em prol de um mundo melhor e mais justo, o Sindicato dos Jornalistas renova perante vós o seu compromisso histórico de unidade na acção com todo o movimento sindical.

Lisboa, 30 de Janeiro de 2004

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas

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