SJ valoriza participação dos jornalistas na Greve Geral (actualizada)

O Sindicato dos Jornalista (SJ) considera importante a participação dos jornalistas na Greve Geral e destaca em particular a adesão muito significativa nas empresas Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e na Agência Lusa.

Em comunicado, que a seguir se reproduz, o SJ refere que a adesão global na RTP foi da ordem dos 70 a 75%, o que teve efeitos evidentes na programação, e que na Lusa a adesão foi superior a 50%, com paralisação significativa nalgumas editorias, o que afectou o serviço distribuído aos clientes.

O SJ saúda os resultados da greve, que considera “positivos”, e “exorta os jornalistas a enfrentar com coragem e firmeza as próximas lutas, contribuindo para organizar uma resistência mais coesa e mais determinada face à brutal ofensiva contra os seus direitos e contra os direitos e garantias de todos os trabalhadores”.

Comunicado

SJ considera importante participação dos jornalistas na Greve Geral

1. A Direcção do Sindicato dos Jornalistas saúda todos os jornalistas e todos os trabalhadores que participaram hoje numa importantíssima jornada de luta, traduzida numa significativa adesão à Greve Geral em muitas empresas e sectores e na realização de concentrações em inúmeras localidades, também com a participação de profissionais de informação.

2. No âmbito da participação dos jornalistas e de outros trabalhadores da comunicação social, o SJ destaca a adesão muito significativa nas empresas Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e na Agência Lusa.

3. No caso da RTP, a adesão global foi da ordem dos 70 a 75%, tendo sido muito evidentes os seus efeitos nas emissões, com destaque para o programa informativo “Bom Dia”, claramente afectado pela falta de meios no terreno e no interior da própria Redacção, e especialmente para o serviço informativo “Jornal da Tarde”, que teve de ser feito em Lisboa e não no Porto como habitualmente, onde trabalhou apenas um escasso grupo de jornalistas e técnicos.

4. A informação continuou a ressentir-se claramente ao longo do dia, nomeadamente na RTP Informação, apesar dos esforços da Empresa, que recorreu a operadores de imagem colaboradores e a empresas prestadoras de serviços, demonstrando assim a importância e o peso dos jornalistas e outros trabalhadores em greve no Serviço Público de Televisão.

5. No caso do Serviço Público de Rádio, assinale-se que, devido à greve, foi determinada a suspensão dos serviços noticiosos na Antena 2 e na Antena 3 e que na Antena 1 foram também suspensas as sínteses informativas das meias-horas.

A greve dos jornalistas da rádio pública resultou também na suspensão de duas versões de um dos maiores espaços diários informativos na Antena 1 – o Portugal em Directo, emitido de segunda a sexta-feira, entre as 13.15h e as 14h, com edições regionais a partir do Porto, Coimbra, Lisboa e Faro. De quatro edições para um programa diário de informação – as edições de Lisboa (transmitida também on line e na RDP I) e do Porto foram suspensas.

6. No capítulo do entretenimento, destaque-se o programa Praça da Alegria, habitualmente transmitido em directo, que teve de ser gravado dois dias antes.

7. Em relação à Agência Lusa, a adesão global dos jornalistas ultrapassou os 50%, tendo sido muito significativa nalgumas editorias, o que afectou o serviço distribuído aos clientes.

8. Noutros órgãos de informação, nomeadamente nas rádios e na imprensa, as adesões foram significativamente menores e tiveram mesmo pouca ou nula expressão nalgumas redacções, factos que o SJ não dissocia do clima de medo e mesmo de intimidação que se vive em inúmeras empresas jornalísticas.

9. De facto, reconhecendo que muitos jornalistas não consideraram importante ou decisiva a sua participação na greve, ou mesmo não concordam com esta luta, o SJ sublinha a existência de inúmeras situações de receio de represálias em próximas reestruturações e em despedimentos.

10. Ao saudar os resultados, que são positivos, desta greve, o SJ exorta os jornalistas a enfrentar com coragem e firmeza as próximas lutas, contribuindo para organizar uma resistência mais coesa e mais determinada face à brutal ofensiva contra os seus direitos e contra os direitos e garantias de todos os trabalhadores.

Lisboa, 24 de Novembro de 2011

A Direcção

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