SJ responsabiliza administração do Grupo RTP pela greve

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acusa o conselho de administração do Grupo RTP de intransigência e responsabiliza os responsáveis da empresa pelos efeitos negativos que possam advir da greve marcada para 18, 19 e 20 de Abril.

Em comunicado divulgado a 14 de Abril, o SJ dá conta da recusa da administração da Rádio e Televisão de Portugal em negociar “perante o pré-aviso de greve” apresentado pelos Sindicatos, e acusa-a de persistir “numa atitude que em nada beneficia a empresa e empurra os jornalistas e os outros trabalhadores para a paralisação”.

Apelando à mobilização dos jornalistas para a jornada dos próximos dias 18, 19 e 20 de Abril, o SJ anuncia que vai solicitar “reuniões de emergência com o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, com a Comissão de Trabalho da AR e com os diversos grupos parlamentares”. Esta iniciativa, afirma o SJ, visa denunciar junto daquelas entidades “as tentativas de diminuição de direitos que nem o Código do Trabalho – que o Governo e a maioria pretendem rever – consente».

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

Administração da RTP tenta chantagem, SJ mantém greve

1. O Conselho de Administração da Rádio e Televisão de Portugal afirmou hoje, em reunião pedida pelo SJ para esclarecer alguns documentos enviados pela Empresa que não está disponível para retomar qualquer negociação perante o pré-aviso de greve, apresentado pelos Sindicatos.

2. Ao recusar a negociação, mesmo conhecendo as condições para a retirada do pré-aviso de greve marcada para os próximos dias 18, 19 e 20 do corrente, o CA persiste numa atitude que em nada beneficia a empresa e empurra os jornalistas e os outros trabalhadores para a paralisação.

3. A posição do CA e o conteúdo e tom das afirmações que ontem produziu confirmam a sua incapacidade para lidar serenamente com um problema que ela própria criou, ao tentar impor condições que os jornalistas e o seu sindicato não podem aceitar.

4. Nestes termos o SJ responsabiliza publicamente o Conselho de Administração pelos efeitos negativos da sua intransigência na qualidade do serviço nos dias de greve e na imagem que a empresa está a projectar junto do público.

5. O SJ apela à mobilização dos jornalistas para a jornada dos próximos dias 18, 19 e 20 exorta-os a resistirem às pressões da empresa com vista à adesão individual ao Acordo Colectivo de Trabalho celebrado em Fevereiro com alguns sindicatos.

6. Finalmente, o SJ vai solicitar de imediato reuniões de emergência com o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, com a Comissão de Trabalho da AR e com os diversos grupos parlamentares, a fim de explicar as tentativas de diminuição de direitos que nem o Código do Trabalho – que o Governo e a maioria pretendem rever – consente.

Lisboa, 14 de Abril de 2005

A Direcção

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