SJ rejeita despedimentos no “Sol”

Jornalistas e outros trabalhadores ao serviço do semanário “Sol” começaram a ser chamados esta semana para rescisões ditas amigáveis dos respectivos contratos, denuncia o Sindicato dos Jornalistas (SJ) em comunicado divulgado hoje, dia 26.

Repudiando este processo “ofensivo da dignidade pessoal e profissional” dos trabalhadores – que parece estar a tornar-se prática generalizada –, o SJ lembra que o semanário é controlado pela sociedade Newshold, da qual se desconhece o verdadeiro dono, embora as notícias o vão “associando” a capitais angolanos, e que está a investir no sector em Portugal.
O grupo, recorda-se, ocupa já uma posição significativa (15%) no Grupo Cofina, detentor, por sua vez, do “Correio da Manhã”, que é o diário de maior tiragem, do desportivo “Record” e da revista “Sábado”, entre outras publicações.
Razão suficiente para o SJ desafiar a Administração do “Sol” a “aceitar a discussão das condições da empresa, bem como as do grupo económico no qual se integra, para manter a publicação do jornal sem prejudicar os postos de trabalho”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

SJ repudia despedimentos no “Sol”
1. Jornalistas e outros trabalhadores ao serviço do semanário “Sol” começaram a ser chamados esta semana para rescisões ditas amigáveis dos seus contratos de trabalho, em mais um processo que o Sindicato dos Jornalistas repudia, por atingir a dignidade pessoal e profissional dos profissionais seleccionados.
2. Trata-se de um caso muito preocupante, por o conjunto de jornalistas já abordado ter um peso significativo numa redacção de dimensão reduzida, por envolver profissionais que muito têm dado ao jornal e, nalguns casos, serem de recrutamento mais ou menos recente noutros órgãos de informação.
3. Em segundo lugar, o semanário “Sol” é controlado por uma sociedade (Newshold) da qual se desconhece o verdadeiro dono, embora as notícias o vão “associando” a capitais angolanos, mas que está a investir no sector em Portugal, ocupando já uma posição significativa (15%) no Grupo Cofina, detentor, por sua vez, do “Correio da Manhã”, que é o diário de maior tiragem, do desportivo “Record” e da revista “Sábado”, entre outras publicações.
4. Assim, não se pode aceitar que, a pretexto da crise empresas de comunicação social como a do semanário “Sol” optem pela solução mais fácil do despedimento quando se inserem em importantes grupos económicos.
5. Ao sublinhar estes três aspectos, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas desafia a Administração do “Sol” a aceitar a discussão das condições da empresa, bem como as do grupo económico no qual se integra, para manter a publicação do jornal sem prejudicar os postos de trabalho e sem atingir a dignidade pessoal e profissional das pessoas ao seu serviço.
6. A Direcção do SJ manifesta a sua solidariedade para com os jornalistas agora atingidos e para com a Redacção do “Sol”, apelando aos jornalistas para que se unam em torno do seu Sindicato a fim de tornar mais eficaz o combate por dois objectivos fundamentais: a preservação do jornal e a manutenção dos postos de trabalho.

Lisboa, 26 de Janeiro de 2012

A Direcção

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