SJ no Conselho Social da Universidade de Coimbra

Representado no Conselho Social da Universidade de Coimbra, o Sindicato dos Jornalistas tem defendido, naquele importante órgão da academia, a democraticidade do acesso sem perda de rigor científico e pedagógico e o reconhecimento do axioma de Bolonha, segundo o qual os conhecimentos valem por si e não pela forma como foram adquiridos.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) encontra-se representado no Conselho Social da Universidade de Coimbra (UC) através do seu membro do Conselho Deontológico, Avelino Rodrigues.

O Conselho Social da UC é um órgão estatutário destinado a desenvolver as relações entre a Universidade e a comunidade civil, no âmbito social, cultural, económico e profissional. Com este objectivo, pode elaborar propostas de dinamização e dar parecer sobre as linhas gerais de orientação da Universidade neste  campo da cooperação, e, ainda, promover convénios e contratos e fomentar a integração profissional dos graduados pela Universidade.

O Conselho é presidido pelo Reitor e integra também o Pró-Reitor para a Cultura, três presidentes dos Conselhos Directivo, Pedagógico e Científico de Faculdades, dois representantes do Senado, seis directores de estruturas universitárias , os presidentes da Associação Académica e dos Antigos Estudantes, além de personalidades representativas de instituições exteriores  à Universidade indicadas pelas Faculdades (no máximo 20) ou designadas pelo Reitor (no máximo 10). Entre estas, conta-se o SJ, os presidentes dos Hospitais da Universidade de Coimbra, da Associação Comercial e Industrial de Coimbra, da Comissão de Coordenação da Região Centro, da Região de Turismo, da União das Misericórdias Portuguesas , além de individualidades convidadas a título pessoal, como  o ex-reitor Rui Alarcão e o gestor Álvaro Barreto.

Durante o ano de 2001, o Conselho examinou as dificuldades de recrutamento de novos alunos que resultam da recessão demográfica e da provável inadequação de alguns planos de estudo às exigências actuais. A resposta examinada consiste na procura de novos públicos para a Universidade, não só pela actualização dos curricula tradicionais, mas também pela oferta de «cursos de segunda oportunidade» (para grupos profissionais que interromperam os cursos e voltam à Universidade em busca de qualificações)  ou de  projectos de «formação ao longo da vida». Sobre este tema foi discutido um documento estratégico, sobre o qual o SJ tomou a seguinte posição:

«1. A filosofia geral do texto ganharia mais força se sublinhasse o princípio da democraticidade do Ensino Universitário, em vez de enfatizar as carências de recrutamento das grandes Universidades históricas. Esta democratização da Universidade começa evidentemente pela maior abertura do acesso.

2. Gostaríamos que ficasse claro que o grupo de «segunda oportunidade» deve incluir não só os que abandonaram os estudos universitários mas também aqueles que nunca sequer os começaram.

3. Parece-nos que não está suficientemente assumido no texto o inovador axioma de Bolonha: os conhecimentos, habilitações e capacidades valem por si mesmos e não pela forma como foram adquiridos.

4. O SJ apoia todas as políticas de «formação ao longo da vida», sendo que todos os cursos unversitários de «segunda oportunidade» deverão ser organizados com o máximo rigor científico e pedagógico, de forma a criarem condições para o acesso aos títulos universitários competentes (em termos a defenir).

5. Em síntese, entendemos que a Universidade democrática deverá facilitar ao máximo as portas de entrada e exigir o máximo nas portas de saída.»

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