SJ critica redução salarial no DN da Madeira

A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas criticou hoje, 4 de Maio, a forma como a Empresa do “Diário de Notícias” editado no Funchal está a conduzir um processo de redução das retribuições dos jornalistas e outros trabalhadores, considerando inaceitável o curto prazo concedido para um acordo e a falta de negociação.

Em comunicado, a DRM do SJ sublinha que a Administração “não demonstrou qualquer vontade para uma solução negociada” e que a empresa ainda não fez o esforço suficiente para reduzir outras despesas, antes de sacrificar os salários dos trabalhadores.

Recordando que, ao longo dos tempos, os trabalhadores do jornal “têm sabido fazer sacrifícios”, a organização regional do SJ considera que “o espírito de sacrifício e de entrega (daqueles) deveria ter sido respeitado pela EDN”.

Recorde-se que a Empresa do “Diário de Notícias”, Lda., sediado no Funchal, é detida pelos grupos Blandy (60%) e Controlinveste (40%).

O comunicado da DRM do SJ é do seguinte teor:

1 – Na última quarta-feira, a Empresa do Diário de Notícias – EDN – convocou os trabalhadores para lhes anunciar a decisão de reduzir as ‘retribuições’ em 10% e o ‘tempo de trabalho’, na mesma percentagem. Uma informação que, pouco depois, tornou pública.

2 – A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas – DRMSJ – lamenta que a EDN tenha apresentado a medida sem ouvir previamente os trabalhadores. Nem através do Conselho de Redacção, nem dos seus representantes, para o efeito eleitos, como é o caso da DRMSJ.

3 – A DRMSJ não compreende a opção da EDN em apresentar a medida como um facto consumado, não tendo, até ao presente, demonstrado qualquer vontade para uma solução negociada, até porque, no passado, os trabalhadores foram sempre sensíveis às dificuldades da empresa.

4 – Não é aceitável que a EDN pretenda uma tão importante decisão dos trabalhadores em 48 horas, quando, certamente há muito tempo, a ‘solução’ apresentada pela empresa vinha a ser gizada.

5 – A DRMSJ entende que a EDN ainda não fez tudo o que podia para reduzir as despesas, o que, a concretizar-se, poderia levar ao pedido de menos sacrifícios à generalidade dos trabalhadores da empresa.

6 – Os jornalistas da EDN não podem, de qualquer forma, ser responsabilizados pela situação em que a empresa se encontra.

7 – Como referido, os jornalistas têm sabido, ao longo dos tempos, fazer sacrifícios, pelo posto de trabalho, é verdade, mas também pela empresa para a qual têm, com orgulho, trabalhado. Esse espírito de sacrifício e de entrega deveria ter sido respeitado pela EDN, nomeadamente, através de um processo negocial. Ainda está a tempo.

A Direcção Regional do SJ

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