SJ atento às declarações do Procurador-geral da República

A propósito das declarações do Procurador-geral da República, publicadas hoje, 20 de Maio, pelo “Expresso”, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) afirma, em comunicado, que elas nada trazem de novo ao que é conhecido sobre o caso, que ainda não está encerrado. O SJ acrescenta esperar que as declarações não tenham como resultado formar na opinião pública “a ideia de um qualquer eventual propósito de pressionar os juízes ou de intimidar os jornalistas”.

O SJ salienta que, contudo, “os termos em que (nas declarações do Procurador-geral da República) são tratadas as responsabilidades da Portugal Telecom, da investigação e dos jornalistas”, justifica o receio de que os jornalistas venham a ser transformados nos “bodes expiatórios” do caso conhecido como “Envelope 9”.

É o seguinte, na íntegra, o comunicado do Sindicato dos Jornalistas:

Caso do “Envelope 9” não está fechado

A propósito da manchete da edição de hoje do semanário “Expresso”, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas considera útil e urgente afirmar o seguinte:

1. As respostas escritas do Procurador-geral da República a cinco questões colocadas pelo semanário “Expresso” nada trazem de novo em relação a tudo quanto se tem dito sobre o assunto que motiva o questionário.

2. As matérias abordadas pelo Procurador-geral da República fazem parte de um processo que ainda está a correr termos, pelo que, em definitivo, nada está decidido.

3. O SJ acompanha com apreensão os eventuais efeitos das respostas do Procurador-geral da República, esperando que não se forme na opinião pública a ideia de um qualquer eventual propósito de pressionar os juízes ou de intimidar os jornalistas.

4. Os termos em que são tratadas as responsabilidades da Portugal Telecom, da investigação e dos jornalistas alimenta o receio de que estes profissionais sejam transformados em bodes expiatórios da incapacidade daquelas entidades para preservar os dados pessoais à sua guarda.

5. Uma vez que o caso do “Envelope 9” não se encontra fechado e o seu conteúdo é bem mais complexo do que aparenta, é importante que os jornalistas, em geral, se mantenham atentos, não aceitem acriticamente o que lhes é apresentado como definitivo, nem se limitem a abordagens parciais do tema.

Lisboa, 20 de Maio de 2006

A Direcção

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