A Direclção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) solicitou ao Conselho Deontológico que pondere a reapreciação do diferendo na Lusa, promovendo designadamente a “audição dos membros eleitos do Conselho de Redacção da Lusa e das jornalistas” objecto do parecer emitido a propósito da questão suscitada pelas notícias sobre banda larga nas escolas.
Em comunicado emitido hoje, 20 de Fevereiro, a Direcção do SJ justifica a sua intervenção nesta matéria com a necessidade de acautelar os “direitos dos associados e a reposição da camaradagem entre os membros do Sindicato, quaisquer que sejam as suas funções”.
Dando conta de que as discordâncias suscitadas pelo parecer do Conselho Deontológico se traduziram, até ao momento, num total de 18 mensagens, das quais “doze se traduziam igualmente em pedidos de desvinculação”, o SJ apela aos seus associados para que “se mantenham unidos no seu Sindicato e contribuam para que, em unidade, se criem condições para dirimir sem fracturas definitivas as divergências” que ocorrem mesmo em organizações democráticas, como é o caso.
O comunicado refere ainda que a Direcção do SJ solicitou a “convocação urgente de um plenário de Redacção”, com o objectivo de “promover a discussão aberta e fraterna do incidente”.
O plenário, que contará com a presença do presidente da Direcção e da dirigente do SJ responsável pela acção sindical na empresa, foi entretanto marcado para 22 de Fevereiro, às 14 horas.
É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:
Jornalistas da Lusa devem ser ouvidos pelo CD
1. Na sequência das discordâncias de jornalistas acerca do teor do parecer do Conselho Deontológico do passado dia 16 de Fevereiro, a Direcção do Sindicato dos Jornalistas recebeu, até esta manhã, um total de 18 mensagens contendo críticas aos termos e aos procedimentos do referido parecer, das quais doze se traduziam igualmente em pedidos de desvinculação.
2. Embora o Conselho Deontológico seja um órgão estatutariamente autónomo da Direcção, e sem embargo da solidariedade institucional devida – e geralmente observada – entre órgãos do Sindicato dos Jornalistas, a Direcção entende que a situação aconselha a sua intervenção, visando a garantia dos direitos dos associados e a reposição da camaradagem entre os membros do Sindicato, quaisquer que sejam as suas funções.
3. Nessa conformidade, a Direcção do SJ:
a) Solicitou ao Conselho Deontológico a análise urgente do incidente suscitado, bem como a reapreciação dos procedimentos seguidos, com a ponderação de novas diligências, em particular a audição dos membros eleitos do Conselho de Redacção da Lusa e das jornalistas objecto do parecer do CD em apreço;
b) Solicitou aos activistas sindicais na Redacção da Lusa a convocação urgente de um plenário de Redacção, com a presença do presidente da Direcção e da dirigente do SJ responsável pela acção sindical nesta empresa, com o objectivo de promover a discussão aberta e fraterna do incidente;
c) Apela aos jornalistas da agência Lusa para que, sem prejuízo do indeclinável direito à crítica, à contestação e à diversidade de ideias e projectos, contribuam para que o diálogo franco e aberto prevaleça sobre a tentação, porventura legítima, de seguir caminhos mais fáceis;
d) Apela aos associados do Sindicato que, trabalhando na Agência Lusa ou noutro órgão de informação, se mantenham unidos no seu Sindicato e contribuam para que, em unidade, se criem condições para dirimir sem fracturas definitivas as divergências e até os conflitos que por vezes assaltam organizações democráticas como esta.
4. A Direcção reafirma o seu empenhamento em fazer tudo o que estiver ao seu alcance para retirar do presente diferendo as devidas lições no sentido de ajudar a dar mais força a uma organização sindical que, na sua história de sete décadas, há muito faz das diferenças de opinião e até das divergências de projectos o cimento essencial da sua robustez.
Lisboa, 20 de Fevereiro de 2006
A Direcção