SJ apela à solidariedade com justa luta na Lusa

SJ apela aos jornalistas e aos cidadãos para que manifestem a sua solidariedade aos trabalhadores da Lusa que às 00h00 de amanhã, dia 18, iniciam uma greve por um período de quatro dias, participando nas concentrações que estão agendadas e prestando-lhes apoio junto dos piquetes de greve em Lisboa e no Porto.

Em comunicado divulgado esta tarde, o SJ, saúda vivamente a coragem e a determinação dos trabalhadores da Lusa e lembra que o que está em causa não é apenas a “manutenção dos postos de trabalho”, ameaçados pelo corte de 30,9% das verbas destinadas à agência previsto na Proposta de Orçamento de Estado, nem somente o “serviço, em quantidade e em qualidade, que a Lusa presta à generalidade dos órgãos de informação portugueses e às agências noticiosas internacionais”.

O que está em causa, sublinha o SJ, é a “ameaça de uma enorme redução da capacidade da Lusa em acompanhar o pulsar do Mundo e do País, das regiões e das localidades, das comunidades de portugueses onde quer que estejam, das iniciativas e das realizações das suas organizações e das entidades que são o suporte da sua vida, e de fazer disso notícia e de levar a notícia a todos os órgãos de informação e, através destes, a todos os cidadãos. Por isso, o que está ameaçado é o direito dos cidadãos à informação”.

No primeiro dia de greve, os trabalhadores ao serviço da agência Lusa vão estar concentrados junto da Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa, a partir das 11horas, e à porta da delegação da empresa no Porto a partir das 10horas. Em Coimbra será distribuído um comunicado à população junto das antigas instalações da Lusa naquela cidade (Avenida de Fernão Magalhães).

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

Greve na Lusa: uma luta justa está em marcha

1. Os jornalistas e outros trabalhadores ao serviço da Lusa – Agência de Notícias de Portugal, SA, empresa de capitais maioritariamente públicos e ameaçada por um corte brutal na indemnização compensatória que lhe é devida pelo Estado, entram em greve às 00h00 de amanhã, dia 18 de Outubro, e por um período de quatro dias.

2. Os jornalistas e os restantes trabalhadores paralisam não apenas porque é justo que defendam os seus postos de trabalho, mas também – e essencialmente! – porque é seu dever lutar para defender a agência noticiosa nacional, que o corte de 30,9% previsto na Proposta de Orçamento de Estado para 2013 condenará à destruição.

3. O que está em causa não é apenas – e já não seria pouco! – a manutenção dos postos de trabalho que um tal corte orçamental, além de outras imposições do Orçamento do Estado, representa, nem somente o serviço, em quantidade e em qualidade, que a Lusa presta à generalidade dos órgãos de informação portugueses e às agências noticiosas internacionais.

4. O que está em causa é a ameaça de uma enorme redução da capacidade da Lusa em acompanhar o pulsar do Mundo e do País, das regiões e das localidades, das comunidades de portugueses onde quer que estejam, das iniciativas e das realizações das suas organizações e das entidades que são o suporte da sua vida, e de fazer disso notícia e de levar a notícia a todos os órgãos de informação e, através destes, a todos os cidadãos. Por isso, o que está ameaçado é o direito dos cidadãos à informação.

5. O Sindicato dos Jornalistas está a participar activamente nesta luta na empresa, através dos seus dirigentes e dos seus delegados sindicais, mas também tem vindo a trabalhar junto de variadas entidades, com o objectivo de contribuir para persuadir o poder político a recuar nas suas intenções.

6. Para o efeito, além das diligências já realizadas pelas estruturas representativas na empresa, o SJ enviou mensagens de apelo e de sensibilização nomeadamente ao ministro da tutela, aos grupos parlamentares, às associações patronais (representantes dos clientes da Lusa), à Comissão parlamentar para a Ética, a Sociedade e a Comunicação, ao Conselho das Comunidades Portuguesas, aos governos regionais dos Açores e da Madeira e às associações nacionais de municípios e de freguesias.

7. Convicta de que a paralisação da Lusa nos próximos quatro dias representará uma importante e decisiva afirmação da vontade dos seus trabalhadores de defender uma agência noticiosa de qualidade, a Direcção do SJ saúda vivamente a sua coragem e a sua determinação e reafirma publicamente a sua solidariedade para com esta importante luta.

8. Convicta de que a paralisação na Lusa privará a generalidade dos órgãos de informação de um decisivo volume noticioso durante quatro dias, a Direcção apela nomeadamente aos clientes da agência em geral e às associações patronais em particular para que se associem a este movimento e actuem junto do Governo e dos grupos parlamentares, para que as dotações do OE para a Lusa não sejam diminuídas.

9. O SJ apela também aos jornalistas e aos cidadãos para que aproveitem as iniciativas programadas pelas organizações representativas dos trabalhadores (ORT) da Lusa e participem especialmente nas concentrações e lhes prestem apoio junto dos piquetes de greve em Lisboa e no Porto (ver calendário abaixo).

Lisboa, 17 de Outubro de 2012

A Direcção

Calendário de iniciativas públicas

Dia 18, quinta-feira
– Concentração junto da Presidência do Conselho de Ministros, a partir das 11 horas
– Concentração à porta da delegação da Lusa no Porto a partir das 10 horas
– Distribuição de comunicado à população junto das antigas instalações da Lusa em Coimbra (Avenida de Fernão Magalhães)
 
Dia 19, sexta-feira
– Concentração junto à porta lateral do Parlamento às 09h30
 – Deslocação às 11h00 do Parlamento para o jornal Público (Rua Viriato 13, metro Picoas), em Lisboa, também em greve neste dia
– Deslocação para a sede da Agência Lusa, por volta das 13 horas
– Debate sobre a situação do sector, promovido pelas estruturas representativas na Lusa e no Público, às 11 horas, no auditório do Pólo das Indústrias Criativas da UPTEC, na Praça do Coronel Pacheco

 Dia 20, sábado
– Acção de sensibilização junto à saída do metro da Baixa-Chiado, em Lisboa, às 12 horas
– Acção de sensibilização junto à estátua do Ardina, na Praça da Liberdade, no Porto, às 10 horas, seguindo para a Rua de Santa Catarina 
 
Dia 21, domingo
Acções de sensibilização feitas por diversos piquetes de greve junto dos restantes órgãos de comunicação social, clientes dos serviços da Agência Lusa
 

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