Sindicatos marcam três dias de greve no grupo RTP

Os três sindicatos que não subscreveram o Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) no grupo RTP decidiram marcar uma greve de três dias, a 18, 19 e 20 de Abril, em defesa de um “ACT mais justo”.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ), o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) e o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAVE), decidiram dar um prazo de uma semana à Administração do grupo RTP para se chegar a acordo sobre as matérias em aberto no processo negocial, sem o que avançam para a greve. A decisão foi tomada em plenário de trabalhadores realizado a 7 de Abril, em Lisboa.

Para os sindicatos, o que está em causa é muito menos do que aquilo em que já foi possível chegar a acordo de princípio, pelo que nada justifica que a empresa não acorde um ACT mais justo.

É o seguinte, na íntegra, o comunicado conjunto do SJ, STT e SINTTAVE:

Greve por um ACT mais justo!

Na sequência do plenário de trabalhadores do Grupo RTP, realizado a 7 de Abril de 2005, nas instalações da empresa em Lisboa, o Sindicato dos Jornalistas (SJ), Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) e Sindicato nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), decidiram realizar uma greve durante três dias, a 18, 19 e 20 de Abril.

Os sindicatos decidiram ainda dar um prazo de uma semana à Administração, a contar da próxima segunda-feira, para se chegar a acordo, única condição em que a greve poderá ser cancelada.

O SJ, STT e SINTTAV não entendem a atitude da empresa ao fazer comunicados aos trabalhadores onde afirma que “esgotaram sem sucesso” as negociações com os sindicatos, ao mesmo tempo que depois contacta os mesmos sindicatos para reafirmar a vontade em prosseguir as mesmas.

Tanto mais que o processo negocial havia já permitido chegar a importantes acordos de princípio, pelo que consideramos que o que nos separa é muito menos do que aquilo em que já foi possível o entendimento.

Algumas das questões em que ainda não foi possível conseguir um acordo são:

– Deslocações em Serviço – tempo de viagem ser considerado como tempo de trabalho;

– Horários Irregulares;

– Laboração Contínua e Horários Diferenciados;

– Plano de Saúde;

– Aumentos mínimos;

– Polivalência de Funções e definição do regime de especialidades.

Quanto às matérias em que já foi possível atingir um acordo de princípio destacamos designadamente as seguintes:

– Carreira dos Jornalistas a começar no nível 18 com e equiparação de redactores e repórteres;

– Subsídio de condução para os repórteres de imagem, faltando definir a forma de actualização;

– Condições de acesso à profissão de jornalistas – ser titular de carteira profissional, curso superior e autonomização das condições de acesso do descritivo funcional;

– Separação das carreiras de jornalista da RDP e RTP;

– Progressão na carreira mediante avaliação proposta pelo trabalhador;

– Horários Irregulares:

– HI b – limite de 22 dias por cada três meses em que trabalha entre as 5h e as 7

Em jornada contínua mantém o subsídio de horário irregular

– HI c – limite de 22 dias por cada três meses em que trabalha da 1h às 5h

Só pode trocar um dos dois dias de folga

Limite a um período de 16 horas em que o horário pode ser marcado

– limite do trabalho a um sábado ou domingo por cada mês e pagamento de 10 euros por cada sábado ou domingo adicional

– manutenção do subsídio especial de 120.70€ para quem já tinha no Horário Ajustado à Emissão;

– 50% da média do trabalho nocturno dos últimos 12 meses na RDP

– pagamento de horas extraordinárias quando forem ultrapassados estes limites.

– Laboração Contínua /Turnos:

– manutenção do subsídio especial de 120,70€ integrado na remuneração de exercício;

– média do trabalho nocturno dos últimos 12 meses

– Garantidos aumentos mínimos de 2,4% para ordenados até 1000€; 1,2% para ordenados até 1500€; 0.6% para ordenados até 3000€

– Garantia de um mínimo de 50% dos aumentos futuros da tabela salarial, até à absorção total do Subsídio de Integração;

– Subsídios de Polivalência e Funções Especiais integrados na remuneração da categoria ou no Subsídio de Integração;

– Majoração do índice de senioridade para 0,75% para os trabalhadores que permaneçam mais de seis anos nos escalões C dos níveis ND1 e ND2 sem passar de nível, e ao fim de três anos do escalão C do ND terminal da respectiva categoria;

– Apoio a cônjuges e filhos deficientes;

– Elevação ao triplo do valor do Seguro de Acidentes Pessoais;

– Garantia de actualização das pensões dos Reformados e Pensionistas pelo IPC;

– Aumento para 75% da comparticipação da Empresa nos custos de intervenções cirúrgicas;

– Inclusão dos cônjuges sem subsistemas no Plano de Saúde mediante determinadas condições;

– As ajudas de custo serão equiparadas às da Função Pública, na próxima revisão salarial (45% almoço, 45% jantar, 10% diversos);

– Definição concreta do regime de especialidade traduzida na definição da função base e funções complementares;

– Passagem ao ND superior sempre que um trabalhador esteja a exercer funções de mais do que uma especialidade;

– O exercício de funções em regime de polivalência que abranjam áreas de conhecimento diferentes da sua obrigam ao acordo do trabalhador.

Face a esta situação, os Sindicatos entendem que há condições para se obter o um ACT mais justo para TODOS os trabalhadores do Grupo RTP. Mas, para o conseguir os trabalhadores têm que estar unidos e não ceder às pressões que da Administração vem exercendo.

NÃO ASSINES! LUTA!

Lisboa, 7 de Abril de 2005

SJ STT SINTTAV

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