Sindicatos franceses preocupados com futuro da AFP

Vários sindicatos representados na Agência France Presse (AFP) convocaram para hoje, 26 de Maio, às 14 horas, uma assembleia-geral para debater “o perigo iminente” que pende sobre a agência: a perda do estatuto actual, que lhe permitiu permanecer livre após 1957 e transformar-se numa das três principais agências mundiais.

Segundo os sindicatos CGT, FO, CGC, SUD e CFTC, um senador entregou no Senado uma proposta de lei activamente apoiada pelo actual presidente do conselho de administração da empresa, Emmanuel Hoog, e que visa substituir, dentro de algumas semanas apenas, o estatuto actual da AFP por um texto que nunca foi discutido internamente e que, como tal, não foi objecto de qualquer concertação interna.

As organizações sindicais denunciam o “carácter precipitado desta iniciativa e o seu conteúdo”, interrogando-se sobre as motivações reais da pressa, uma vez que em França há eleições presidenciais e legislativas dentro de alguns meses e, por isso, nada justifica a urgência actual.

Os sindicatos realçam que a proposta avançada suprime a comissão financeira que protege a AFP de orçamentos aventureiros, abrindo a porta à precarização financeira da agência, e reduz o número de administradores que representam os órgãos de comunicação social franceses e aumenta os laços com o Estado, enfraquecendo a independência da AFP face aos poderes políticos.

Destacando que a proposta de lei apresentada ao Senado “está nos antípodas” de todos os pré-requisitos considerados essenciais pelos sindicatos e pelos trabalhadores, as estruturas sindicais apelam à maior mobilização interna no seio da agência e à preparação de “uma resposta firme para impedir que a AFP seja descaracterizada e banalizada”.

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