Sindicatos convocam greve na RTP

Os trabalhadores na RTP iniciam, às 0 horas do dia 5 de Março, uma greve por tempo indeterminado ao trabalho suplementar, uma medida que visa garantir que a legítima contestação face à crescente degradação das condições de vida e de trabalho não fica “refém de manobras dilatórias da Administração da empresa, como infelizmente se tem tornado cada vez mais frequente nos últimos tempos”.

Os pré-avisos de greves foram entregues na RTP e no Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social a 25 de Fevereiro, apresentados pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), o Sindicato dos Meios Audiovisuais (SMAV), o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (Fetese-Sitese), o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC), o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações (STT), o Sindicato das Comunicações de Portugal (Sicomp) e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Algumas organizações, como o SJ, estenderam a paralisação à condução de viaturas em regime de deslocação a partir da mesma data por considerarem que esta actividade e o trabalho suplementar são, nas actuais circunstâncias, “factores acrescidos de penalização dos trabalhadores pelas consequências que têm a nível da carga fiscal, com a agravante de que grande parte está já confrontada com o corte de salários e todos se vêem perante o congelamento das carreiras”.

Em comunicado conjunto ontem distribuído, os Sindicatos apelam a uma “resposta firme dos trabalhadores” à falta de diálogo do Conselho de Administração (CA) da RTP, que revelou falta de interesse pelo caderno reivindicativo apresentado pelas organizações sindicais e se tem esquivado a reuniões com os representantes dos trabalhadores, alegando falta de condições.

Esta posição é repudiada pelos Sindicatos, pois não só os trabalhadores têm todo o direito de protestar pelos meios legais ao seu alcance, como foi a Administração a responsável pela interrupção das negociações, “com o pretexto das medidas restritivas impostas pelo Governo, ao mesmo tempo que levava a cabo uma ‘reestruturação’ para a qual não parecem ter faltado os meios que se diz não haver para cumprir o acordado em sede de negociação colectiva”.

Importa lembrar que, questionado pelos Sindicatos se confirmava ou desmentia a atribuição de valorizações remuneratórias a quadros com funções de direcção, chefia ou coordenação durante o ano de 2010, o CA afirmou, por escrito, que as valorizações remuneratórias levadas a cabo se verificaram de acordo com compromissos assumidos e que tais ajustamentos tiveram “um custo irrisório”.

Perante esta resposta, os Sindicatos reclamam que igual postura seja adoptada relativamente à resolução dos vários compromissos legais pendentes, que terão também, certamente, “um custo irrisório”.

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