Sindicatos classificam greve na RTP como histórica

Greve histórica é como os três sindicatos que convocaram a paralisação de três dias no Grupo RTP a classificam, devido à elevada adesão registada e às suas consequências, “particularmente visíveis na emissão do Canal 1 da RTP”.

Os sindicatos dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) e dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) divulgaram um breve balanço do primeiro dia de greve. Nele salientam a “adesão muito elevada e significativa de jornalistas e de técnicos, apesar de o Conselho de Administração prosseguir nas suas tentativas de intimidação dos trabalhadores”.

Emissão do Canal 1 afectada

Sublinham os sindicatos que “os efeitos da greve têm sido particularmente visíveis na emissão do Canal 1 da RTP, que não emitiu o programa informativo da manhã ‘Bom Dia Portugal’ que foi substituído pela emissão do canal europeu Euronews”.

Sobre o Jornal da Tarde do Canal 1, os sindicatos esclarecem que “foi emitido a partir das instalações do Monte da Virgem” com recurso “a equipas duplas de técnicos, nas quais foram incorporados trabalhadores a ‘recibo verde’, e a elementos da Direcção de Informação”. Acrescentam que as peças emitidas naquele telejornal foram asseguradas por directos do estrangeiro, por compra de imagens e com o recurso ao serviço duma produtora externa.

Em Lisboa, informam os sindicatos, “a adesão à greve é também quase total, o que está a afectar irremediavelmente a emissão, apesar do administrador Luís Marques e do director de Programação, Nuno Santos, tentarem activamente viabilizar a programação, inclusive assumindo tarefas dos trabalhadores em greve”.

Forte adesão nos Açores e Madeira

Nos Açores a adesão de jornalistas e técnicos à greve “é quase de cem por cento, o que inviabilizou a emissão regional, que foi substituída pelo sinal do Canal 2”, segundo os sindicatos.

Na Madeira “a adesão é também próxima dos cem por cento, o que afectou fortemente a programação regional”.

Em cinco das oito delegações regionais do Continente (Viana do Castelo, Viseu, Coimbra, Évora e Faro) “a adesão à greve é total”, em Bragança registou-se “uma adesão parcial” e as delegações de Vila Real e de Castelo Branco mantiveram-se em funcionamento.

Os sindicatos informam que “a emissão da RTP N foi afectada pela greve com a adesão de todos os jornalistas que hoje se encontravam de serviço”.

Os sindicatos signatários do pré-aviso de greve – que, recorda-se, garante cobertura a todos os trabalhadores que adiram à greve, sejam sindicalizados, ou não – consideram que esta jornada de luta já se pode considerar histórica, pela adesão registada e pelas suas consequências, bem visíveis nos ecrãs da RTP.

O SJ, o STT e o SINTTAV lembram que o pré-aviso de greve “garante cobertura a todos os trabalhadores”, sejam sindicalizados, ou não, e que as concentrações à porta das instalações da RTP, em Lisboa e no Monte da Virgem, prosseguem no dia 19, a partir das 9 horas.

É o seguinte, na íntegra, o texto da informação dos três sindicatos

Informação

Emissões da RTP afectadas pela greve de jornalistas e de técnicos

A adesão à greve no Grupo RTP, iniciada às zero horas de 18 de Abril, está a registar uma adesão muito elevada e significativa de jornalistas e de técnicos, apesar de o Conselho de Administração prosseguir nas suas tentativas de intimidação dos trabalhadores.

Os efeitos da greve têm sido particularmente visíveis na emissão do Canal 1 da RTP, que não emitiu o programa informativo da manhã “Bom Dia Portugal” que foi substituído pela emissão do canal europeu Euronews.

O Jornal da Tarde do Canal 1 foi emitido a partir das instalações do Monte da Virgem, no Porto, com recurso a equipas duplas de técnicos, nas quais foram incorporados trabalhadores a “recibo verde”, e a elementos da Direcção de Informação, pois a adesão à greve dos jornalistas e técnicos foi quase total.

As peças emitidas no Jornal da Tarde foram, fundamentalmente, asseguradas pelos enviados especiais a Roma, para a cobertura da eleição do Papa; por um jornalista da RDP, que substituiu os correspondentes da RTP em Madrid; com imagens compradas a uma televisão privada; e com a utilização dos serviços de uma produtora externa que montou um estúdio no Palácio Nacional de Queluz a pretexto da comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios.

A adesão à greve de jornalistas e técnicos em Lisboa é também quase total, o que está a afectar irremediavelmente a emissão, apesar do administrador Luís Marques e do director de Programação, Nuno Santos, tentarem activamente viabilizar a programação, inclusive assumindo tarefas dos trabalhadores em greve.

Na Região Autónoma dos Açores a adesão de jornalistas e técnicos é quase de cem por cento, o que inviabilizou a emissão regional, que foi substituída pelo sinal do Canal 2.

Na Região Autónoma da Madeira a adesão é também próxima dos cem por cento, o que afectou fortemente a programação regional.

Nas oito delegações regionais do Continente, a adesão à greve é total em cinco – Viana do Castelo, Viseu, Coimbra, Évora e Faro -, registando-se uma adesão parcial em Bragança e mantendo-se as de Vila Real e de Castelo Branco em funcionamento.

Também a emissão da RTP N foi afectada pela greve com a adesão de todos os jornalistas que hoje se encontravam de serviço.

Os sindicatos signatários do pré-aviso de greve – que, recorda-se, garante cobertura a todos os trabalhadores que adiram à greve, sejam sindicalizados, ou não – consideram que esta jornada de luta já se pode considerar histórica, pela adesão registada e pelas suas consequências, bem visíveis nos ecrãs da RTP.

Os sindicatos alertam para a necessidade de os trabalhadores se manterem unidos e mobilizados, em defesa dos seus legítimos direitos, e lembram que as concentrações à porta das instalações da empresa, em Lisboa e no Monte da Virgem, prosseguem amanhã, dia 19, a partir das 9 horas.

Lisboa, 18 de Abril de 2005

Sindicato dos Jornalistas – SJ

Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual – STT

Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual – SINTTAV

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