Sindicatos abandonam negociações com a RTVE

A recusa da RTVE em retirar um processo administrativo a um jornalista acusado de não cumprir os serviços mínimos na greve de 5 de Abril levou os sindicatos espanhóis a abandonarem, a 12 de Maio, as negociações relativas ao plano de saneamento da empresa.

O processo a Julio García de la Paz, da delegação de Granada da estação pública espanhola, já tinha marcado o período anterior à reunião de sexta-feira, com Francisco Andújar, representante da UGT, a ameaçar sair da mesa de negociações caso o processo ao jornalista não fosse suspenso.

Perante a intransigência da empresa e a posição da UGT – sindicato maioritário na RTVE – , os restantes sindicatos abandonaram também as negociações, embora Marcel Camacho, do sindicato Comisiones Obreras, tenha classificado as posições de ambas as partes como uma “imensa irresponsabilidade”, pois o verdadeiro protagonismo neste caso deveria ser “o futuro da RTVE e o serviço público de radiodifusão estatal”.

Lei da Rádio e da Televisão aprovadas

No dia anterior à ruptura negocial, o parlamento espanhol aprovou, com os votos contra do Partido Popular, a nova Lei da Rádio e da Televisão Pública de Titularidade Estatal.

Apesar de considerar que o documento coincide no fundamental com as exigências que fez em Junho de 2003, a Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) critica o facto de o governo pretender ao mesmo tempo levar a cabo uma redução drástica nos quadros da RTVE.

“São duas actuações contraditórias e incompatíveis porque a nova lei propõe um futuro melhor para a radiotelevisão pública estatal e o plano de saneamento vai desmantelá-la e hipotecá-la negativamente face ao futuro”, afirma a FeSP em comunicado.

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