Sindicato entrega apelo na Assembleia da República

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) entregou hoje uma carta a todos os deputados da Subcomissão dos Direitos Fundamentais e Comunicação Social da Assembleia da República, apelando “para que intercedam com urgência, a fim de que seja posto cobro à situação” dos quatro jornalistas do jornal “24 Horas”, que são alvo, há cinco meses, “de uma intolerável ofensiva da Empresa Prodiário”.

Juntamente com a carta foi entregue um abaixo assinado de solidariedade, subscrito por cerca de 430 jornalistas de várias redacções.

O SJ informa os deputados que “hoje mesmo (16 de Maio) a situação agravou-se: os jornalistas, que se encontravam em instalações desocupadas da antiga delegação do «Jornal de Notícias», na Rua Rodrigues Sampaio, foram notificados para se apresentarem num pequeno escritório na Av. Duque de Loulé, 95 – 3º Drt., ocupado por pilhas de caixotes, onde nem sequer possuem espaço suficiente para sentar-se”.

O SJ considera que “tal situação não é apenas uma afronta à dignidade dos jornalistas, cujo prestígio vem sofrendo uma insuportável erosão, pois constitui uma ofensa grave a direitos fundamentais”, o que justifica o pedido de intervenção dos deputados.

É o seguinte o texto integral da carta da Direcção do Sindicato dos Jornalistas dirigida aos deputados da Assembleia da República::

“Quatro jornalistas do jornal “24 Horas” estão a ser objecto, há cinco meses, de uma intolerável ofensiva da Empresa Prodiário, do grupo Lusomundo Média, que integra o vasto universo do conglomerado empresarial Portugal Telecom.

A despeito das diligências do Sindicato dos Jornalistas e da Inspecção Geral do Trabalho, a empresa mantém, desde Dezembro, os jornalistas em causa em instalações afastadas da Redacção, desocupados e praticamente sem comunicações.

“Hoje mesmo a situação agravou-se: os jornalistas, que se encontravam em instalações desocupadas da antiga delegação do «Jornal de Notícias», na Rua Rodrigues Sampaio, foram notificados para se apresentarem num pequeno escritório na Av. Duque de Loulé, 95 – 3º Drt., ocupado por pilhas de caixotes, onde nem sequer possuem espaço suficiente para sentar-se. A intolerável situação, novamente participada hoje à IGT, representa uma forma de assédio psicológico sobre os jornalistas, visando pressioná-los pelo isolamento e desgastá-los pelo silêncio, para que aceitem a rescisão dos respectivos contratos.

“Tal situação não é apenas uma afronta à dignidade dos jornalistas, cujo prestígio vem sofrendo uma insuportável erosão, pois constitui uma ofensa grave a direitos fundamentais.

Resta-nos apelar aos membros dessa Subcomissão, para que intercedam com urgência, a fim de que seja posto cobro à situação que sumariamente aqui descrevemos.

“Somos igualmente portadores de uma manifestação colectiva de solidariedade de várias redacções, para a qual solicitamos a maior atenção. Em anexo, enviamos igualmente cópias de vários comunicados do SJ.

“Certos de que dedicarão a melhor atenção, apresentamos os melhores cumprimentos”.

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