Sindicato dos Jornalistas chocado com nova agressão da GMG aos trabalhadores

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está chocado e perplexo com mais uma situação deplorável que se vem verificando na Global Media Group relativamente aos seus jornalistas. Ao dia 29 de maio, mais de 130 trabalhadores a recibos verdes continuam sem receber os montantes relativos ao mês de março, devidos até ao dia 10 do corrente. Mesmo depois de a empresa ter recebido dinheiro para cumprir com essa obrigação!

A falta de respeito que a administração da Global Media Group (GMG) está a revelar pelos trabalhadores não pode continuar a ser tolerada. Hoje, 29 de maio, a Notícias Ilimitadas (NI), empresa que está a negociar a compra dos JN, TSF, O Jogo e várias revistas, fez uma transferência de milhares de euros para a conta do Global Media Group. Dinheiro destinado ao pagamento dos salários de maio dos trabalhadores e de março aos trabalhadores a recibos verdes. A administração do GMG confirmou ter recebido a transferência, mas disse que não podia garantir que o dinheiro seria para pagamento aos colaboradores.

O SJ entende que esta situação é, a todos os títulos, intolerável e lamentável. Trata-se de dinheiro que tem como destino os salários dos trabalhadores. Vamos acionar o nosso gabinete jurídico e tomar as ações necessárias perante mais este abuso e esta violação dos direitos dos trabalhadores, independentemente do vínculo contratual.

O SJ tem tido uma postura dialogante com a administração do GMG, que desde a entrada de Vítor Coutinho para CEO abriu uma via de comunicação que tem sido respeitada e mantida. Prova disso é que, além dos vários contactos feitos ao longo dos últimos 15 dias a propósito da situação dos colaboradores, estava já marcada uma reunião para dia 5 de junho, em Lisboa, que tem como primeiro ponto da agenda a questão dos recibos verdes e a garantia que o SJ exige de que os vencimentos destas pessoas serão pagos quando se concretizar o negócio que está a ser tratado entre GMG e NI, para o qual faltará apenas o parecer da Autoridade da Concorrência (AdC), depois de a Entidade Reguladora da Comunicação ter dado entretanto o aval à venda dos títulos mencionados.

Em face da continuada violação dos direitos dos trabalhadores, a direção do SJ não deixará de tomar em consideração esse facto no relacionamento com a administração atual. E não abdica de nenhuma forma de luta, estando a avaliar qual a melhor forma de defender os postos de trabalho e salvaguardar a manutenção dos vários títulos, cuja importância no panorama da comunicação social portuguesa é verdadeiramente imprescindível.

O SJ considera também perturbador este comportamento do GMG, num momento em que decorrem negociações, aparentemente em fase final, dependentes apenas do aval da AdC, cujos prazos, desejávamos todos fossem mais curtos, mas que entendemos têm de ser cumpridos. Se realmente os acionistas querem fazer este negócio, devem dar sinais de que é fundamental e prioritário manter a empresa para terem o que vender. A melhor forma de o fazerem é cumprirem com os direitos dos trabalhadores, garantido assim a paz social necessária, não arriscando a destruir mais capital humano.

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