Sindicalistas advogam “transformação total da economia mundial”

No 1.º de Maio, a Global Unions, associação internacional de sindicatos, saudou os inspiradores ventos de mudança resultantes da coragem dos trabalhadores e trabalhadoras que têm lutado pela democracia e a justiça social nos países árabes, reafirmando também a “necessidade de uma transformação total da economia mundial”.

Sublinhando que é altura de “pôr fim à cultura de negligência política e empresarial que criou um fosso entre ricos e pobres”, o movimento sindical internacional apelou a “novos compromissos para respeitar os direitos dos trabalhadores, para criar um quadro para a justiça social e para combater o desemprego”.

“Chegou o momento de virar costas às políticas falhadas do passado. Temos de abandonar programas de austeridade que rasgam o tecido social e diminuem a vida das pessoas. Temos de acabar com o escândalo da queda dos níveis de vida causado pelo crescimento do trabalho informal, desprotegido e precário e, particularmente, pela grotesca exploração dos migrantes”, afirmou a Global Unions.

Para conseguir “salvar uma geração de jovens que almeja emprego e um futuro decente”, a organização insta os governos a colocar as pessoas em primeiro lugar, investindo na criação de emprego, na educação e na formação, assim como em programas que fortaleçam o investimento em serviços públicos de qualidade.

Regular o sector financeiro e impedir os excessos do poder corporativo são outras das medidas avançadas pela Global Unions, para a qual a finança deve ser colocada ao serviço da economia real através de mais impostos sobre os bancos e da introdução urgente de uma taxa sobre as transacções financeiras.

“A menos que haja uma mudança de rumo imediata no governo e na gestão da economia mundial, as nobres aspirações dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio não serão alcançadas e não haverá progressos no evitar da catástrofe das alterações climáticas”, sustenta o movimento sindical internacional, dizendo que a globalização só pode funcionar se trouxer riqueza sustentável.

Apesar de considerar que os desafios globais actuais “são os maiores de sempre”, a Global Unions garante que o movimento sindical está de boa saúde e que “as nossas orgulhosas tradições de solidariedade são os alicerces do progresso social, da democracia e da paz, e dão-nos a força para concretizar o sonho de uma economia global baseada na justiça, igualdade, humanidade e sustentabilidade”.

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