Um tribunal superior britânico instou, a 26 de Junho, o jornalista freelance Shiv Malik a entregar à polícia de Manchester o material que serviu de base ao seu futuro livro “Leaving Al-Qaida: Inside the Mind of a British Jihadist”.

O jornalista recebeu ordens para, no prazo de uma semana, entregar às autoridades todo o material de pesquisa que lhe fora entregue pelo ex-radical islamista Hassan Butt, personagem principal do livro de Shiv Malik, bem como para pagar as custas legais da polícia.

O tribunal justificou a decisão dizendo que “é necessário encontrar um equilíbrio entre a protecção do material confidencial dos jornalistas e o interesse de todos nós em facilitar investigações eficazes sobre terrorismo”.

O caso mereceu o protesto do Instituto Internacional de Imprensa (IPI), para quem esta decisão judicial “fará com que as fontes fiquem menos predispostas a avançar, o que poderá prejudicar o acesso do público a informação importante”.

O IPI relembrou ainda que, a 23 de Maio de 2005, durante a sua Assembleia Anual em Nairobi, no Quénia, foi aprovada por unanimidade uma resolução sobre o sigilo profissional, reiterada a 16 de Junho deste ano em Belgrado, na Sérvia.

Na resolução pode ler-se que “como jornalistas, não procuramos privilégios especiais, nem queremos usurpar o direito das autoridades levarem a cabo investigações criminais ou interferir na administração da justiça. Os jornalistas procuram sempre atribuir informação às suas fontes; contudo, no interesse da sociedade como um todo, temos de assegurar protecção a fontes de informação que solicitaram anonimato”.