Sétimo jornalista morto este ano nas Filipinas

O jornalista-comentador de rádio Nelson Nadura, morto a tiro em Masbate, a 250 quilómetros de Manila, no dia 2 de Dezembro, faz subir para sete o número de jornalistas assassinados este ano nas Filipinas.

Nelson Nadura trabalhava para a estação DYME como blocktimer , ou seja comprava tempo de antena à rádio para poder difundir o seu próprio programa, “Opinion publico”, onde comentava a política local e nacional.

A 2 de Dezembro, chegou mesmo a difundir a emissão entre as 7h30 e as 8h30 da manhã mas, às 8h35, a cerca de um quilómetro da estação e quando se deslocava de moto para o centro da cidade, dois homens atacaram-no, alvejando-o por cinco vezes.

Até ao momento, o móbil do crime é desconhecido, mas a polícia está a investigar a possibilidade de estar relacionado com o passado de Nelson Nadura como filiado no Novo Exército Popular, um grupo de guerrilheiros que combate o governo desde 1969.

Com vista a chegar aos autores do crime, a polícia vai divulgar em breve retratos-rôbo dos suspeitos, baseados na descrição feita por testemunhas da ocorrência.

Nelson Madura sucede, na lista de jornalistas assassinados em 2003, a John Belen Villanueva, Jr. (morto a 28 de Abril); Apolinario “Polly” Pobeda (17 de Maio); Bonifacio Gregorio (8 de Julho); Noel Villarante (19 de Agosto); Rico Ramirez (20 de Agosto) e Juan “Jun” Pala, Jr. (6 de Setembro).

A crescente onde de homicídios de jornalistas nas Filipinas – desde 1986 já foram mortos 43 profissionais – levou a que, a 7 de Novembro, a presidente Gloria Macapagal Arroyo anunciasse que o governo oferece cerca de 15 000 euros a quem der informações que possam conduzir à captura dos assassinos de jornalistas nos últimos cinco anos (entre 1998 e 2003).

Todavia, a Repórteres sem Fronteiras (RSF) lamenta que, nem assim, tenham ocorrido progressos nas investigações das mortes recentes.

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