A polícia russa destruiu as imagens registadas por uma equipa de reportagem norueguesa num campo de refugiados chechenos, no Norte do Cáucaso. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou este acto de censura, que será levado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Noruega pelo sindicato deste país.
O correspondente em Moscovo da estação pública de televisão norueguesa NRK, Hans Whilelm Steinfeld, deslocou-se à Inguchétia, no Cáucaso do Norte, onde registou imagens de campos de refugiados nos quais vivem dezenas de milhares de chechenos, que abandonaram o seu país por causa da guerra. A equipa de reportagem foi detida pela polícia no aeroporto da Inguchétia, a 20 de Novembro. O equipamento que transportava foi apreendido pelas autoridades, que apagaram duas das quatro cassetes de vídeo gravadas pelos repórteres.
“Trata-se de um acto de censura completamente inaceitável. A destruição de material jornalístico é uma forma de pressão sobre os jornalistas, muitos dos quais enfrentaram perigos consideráveis ao cobrirem no terreno o conflito na Chechénia”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.
O Sindicato dos Jornalistas da Noruega vai levar este caso de violação dos direitos dos jornalistas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Recorde-se que, na sequência do resgate dos reféns do Teatro Dubrovka, o Parlamento russo aprovou legislação restringindo severamente a liberdade dos jornalistas, quanto à cobertura do conflito na Chechénia.
Hans Steinfeld, um dos mais experientes correspondentes estrangeiros na Rússia, país onde trabalhou de 1980 a 1994 e no qual voltou a ser colocado há dois anos, afirmou que esta foi a primeira vez que os serviços de segurança russos lhe destruíram material