A polícia nepalesa efectuou, às 21 horas de 27 de Novembro, uma rusga à Radio Sagarmatha FM, ordenando aos trabalhadores que não usassem o telefone, apreendendo o equipamento de transmissão e detendo cinco profissionais da estação.

A acção policial ocorreu quando a rádio retransmitia o serviço nepalês da BBC em directo de Londres, e poderá estar ligada a uma entrevista exclusiva desse serviço ao líder maoísta Prachanda, embora no momento da rusga a Sagarmatha FM estivesse a passar música.

Dos cinco profissionais detidos, quatro permaneciam na esquadra esta segunda-feira – os jornalistas Dipak Babur Aryal, Dipak Raj Pandey e Punya Bhandari e o técnico Rajendra Bhandari. O quarto jornalista, Durga Karki, foi entretanto libertado.

Considerando inaceitável o recurso a tácticas intimidatórias para silenciar os média e vozes críticas, o presidente da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), Christopher Warren, exigiu a libertação imediata dos profissionais detidos e disse que tentar calar dissidentes desta maneira resultará num “esmagamento completo do espaço democrático no Nepal”.

De acordo com a FIJ, além da Sagarmatha FM, outras sete estações fora de Katmandu foram forçadas a abandonar a transmissão do serviço nepali da BBC a 28 de Novembro, em virtude da entrevista a Prachanda, tendo as autoridades suspendido ainda a transmissão do BBC World Service na emissora 103 FM.