RSF pede garantias aos Estados Unidos

A organização Repórteres Sem Fronteiras apelou aos Estados Unidos para que sejam alteradas algumas regras pré-estabelecidas para a cobertura da guerra no Iraque pelos jornalistas integrados em unidades norte-americanas e que permitem aos comandantes militares ter a última palavra sobre o que pode ou não ser noticiado.

As regras são pouco explícitas em questões como o embargo, onde não são definidas claramente as situações relativas à segurança operacional das unidades ou a duração desses embargos, sustenta a organização.

Embora reconhecendo que a presença dos jornalistas naquelas unidades é positiva e que muitas regras reflectem preocupações legítimas, existe o risco de uma aplicação demasiado restritiva.

A RSF exige que “seja garantida aos jornalistas integrados em forças militares a liberdade de que necessitam para fazer o seu trabalho”. É aos jornalistas que compete determinar o que deve ou não ser mostrado, de acordo com as normas da ética e da deontologia jornalística, sublinha.

A organização rejeita as regras determinando que não poderão ser fotografados os rostos de prisioneiros iraquianos ou corpos de soldados mortos em combate. A RSF lembra que, na Bósnia, os jornalistas foram autorizados a captar imagens nos campos de concentração sérvios.

Existem preocupações com as condições de segurança dos jornalistas que escolheram trabalhar sem estarem integrados nas unidades militares americanas e britânicas. O exército norte-americano avisou que estes jornalistas iriam correr perigo, uma afirmação que foi corroborada pelo porta-voz da Casa Branca, Ari Fleisher. A RSF exige a garantia de que “serão tomadas todas as precauções para não atingir jornalistas cuja presença é conhecida alguns locais”.

No documento, os Estados Unidos são criticados por atacarem as estações de rádio do Iraque, mesmo aquelas que tenham meros objectivos propagandísticos, e recorda que os jornalistas que trabalham nesses média não podem ser considerados alvos. A RSF apela aos norte-americanos para não atacar os média iraquianos que estão protegidos por leis humanitárias internacionais.

A organização lembra também que a liberdade de informação não está garantida no Iraque, onde os jornalistas não se podem deslocar livremente, tendo alguns sido expulsos do país nos últimos meses.

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