RSF contesta apoio da UE aos média tunisinos

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) contesta a decisão da União Europeia de atribuir 2,15 milhões de euros a um programa de apoio à comunicação social na Tunísia, alegando que não há liberdade de imprensa no país.

Em carta enviada ao presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, a RSF afirma que este programa, que diz ter como objectivo “fortalecer a imprensa e melhorar os laços entre esta e a sociedade civil”, parece ter sido concebido por alguém que nada sabe sobre os média tunisinos.

Segundo a RSF, o presidente Ben Ali tem a imprensa escrita, a rádio, a televisão e a Internet sujeitas às suas ordens, e todos os jornalistas que tentam expressar pontos de vista diferentes são ameaçados, silenciados e forçados ao exílio ou ao abandono da profissão.

“Numa altura de contenção orçamental, ninguém condenaria a suspensão deste apoio. Por uma vez que seja, um imperativo moral exige a poupança de dinheiro”, afirma a organização, sugerindo que a União Europeia ajude aquele país de outra forma: dando visibilidade às vítimas de Ben Ali, como já fez no passado, e apoiando os poucos órgãos de comunicação que tentam fazer circular notícias alternativas a partir do exterior da Tunísia.

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