Repórteres noruegueses impedidos de entrar em Marrocos

Dois repórteres noruegueses que voaram para Marrocos a 24 de Outubro tiveram de voltar para trás por não terem vistos para entrar no país, o que levou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) a acusar as autoridades do país de “manipulação administrativa”.

Os jornalistas Anne Torhild Nilsen e Radmund Steinsvag, que haviam pedido os seus vistos de entrada na embaixada de Marrocos em Oslo em Janeiro, sem nunca obterem resposta, viram a entrada ser-lhes barrada no aeroporto de El Aaiún, no Saara Ocidental, cuja cobertura jornalística costumam assegurar.

Anne Torhild Nilsen e Radmund Steinsvag chegaram ao aeroporto vindos de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, mas foram retidos por agentes do departamento de imigração, que lhes ordenaram que regressassem ao local de partida no mesmo avião em que haviam acabado de chegar para fazerem aí a requisição do visto.

De acordo com a RSF, os jornalistas – que há cerca de um ano se viram impedidos de realizar um documentário sobre a situação dos direitos humanos na região – foram agora vítimas de um gesto de má fé da autoridades marroquinas.

Entretanto contactada pela RSF, a embaixada de Marrocos em Oslo garantiu que havia endereçado os pedidos de visto para Rabat e que continuava a aguardar resposta. Na opinião da jornalista norueguesa, deixar os jornalistas a aguardar indefinidamente por uma resposta é uma estratégia das autoridades marroquinas, que assim não podem ser acusadas de estar a negar a entrada dos repórteres.

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