Repórteres agredidos no final de treino do Boavista

Três repórteres que faziam a cobertura do treino do Boavista, a 14 de Agosto, foram agredidos por um grupo de adeptos junto à garagem do Estádio do Bessa. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) já condenou as agressões e apela aos “adeptos desportivos em geral, para que respeitem a missão dos jornalistas e a diversidade de pontos de vista que os seus trabalhos possam traduzir”.

Os três jornalistas – Vítor Hugo Alvarenga, do “Mais Futebol”, Ivo Costa, do Rádio Clube Português, e Sílvio Vieira, da Rádio Renascença – ficaram ligeiramente feridos e apresentaram queixa às autoridades policiais.

O SJ exorta, em comunicado de 16 de Agosto, os dirigentes das organizações desportivas a fazerem uma “uma reflexão urgente” sobre “as garantias mínimas de segurança a oferecer aos jornalistas que demandam as suas instalações e cobrem as suas actividades”.

É o seguinte, na íntegra, o texto do comunicado do Sindicato dos Jornalistas:

ACONTECIMENTOS DESPORTIVOS NÃO PODEM SER VIOLENTOS

Tendo recebido informações sobre as condições em que três jornalistas – do site informativo MaisFutebol, da Rádio Renascença e do Rádio Clube Português – foram agredidos, na passada segunda-feira, junto das instalações do Boavista Futebol Clube, o Sindicato dos Jornalistas:

1. Condena as agressões perpretadas contra aqueles profissionais, por serem completamente inadmissíveis num Estado de Direito, por exprimirem o recurso gratuito à violência, por terem como motivação exclusiva a ocupação profissional das vítimas e por contribuirem para a criação de um clima de intimidação e de pressão, limitando a liberdade de informar e comprometendo o direito a ser informado.

2. Considera que, independentemente de terem sido perpretadas por adeptos aparentemente anónimos exaltados e fora das instalações do clube, as agressões justificam uma reflexão urgente por parte dos responsáveis das organizações desportivas quanto às garantias mínimas de segurança a oferecer aos jornalistas que demandam as suas instalações e cobrem as suas actividades.

3. Apela aos adeptos desportivos em geral, para que respeitem a missão dos jornalistas e a diversidade de pontos de vista que os seus trabalhos possam traduzir, contribuindo para evitar que a cobertura de acontecimentos desportivos se transforme numa actividade de risco para a integridade física destes profissionais.

4. Subinha a importância da apresentação de queixa junto das autoridades policiais, como aconteceu neste caso, a fim de que sejam apuradas as responsabilidades, punidos os violadores da Lei e se ponha termo a práticas de intimidação e de agressão que infelizmente ainda se verificam.

Lisboa, 16 de Agosto de 2006

A Direcção

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