Repórter iraquiano detido há duas semanas sem explicações

Há já duas semanas que as tropas norte-americanas mantêm sob detenção o repórter Majed Hameed, da Al Arabiya, sem apresentar quaisquer explicações, um facto que preocupa a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), até porque não é caso único.

Têm sido vários os jornalistas detidos sem qualquer acusação por forças militares que actuam no Iraque, sendo que alguns chegam a ficar meses encarcerados sem que nada lhes seja apontado.

Segundo a FIJ, alguns jornalistas são alvo de represálias apenas porque chegam rapidamente ao local de um incidente, o que é suspeito aos olhos do exército.

Mas apesar de Majed Hameed ter revelado essa rapidez em chegar ao local por diversas vezes, a sua detenção ocorreu longe da linha da frente, enquanto assistia ao funeral de um familiar em Al Anbar, o que leva a FIJ a especular se a detenção não terá sido premeditada.

Em comunicado, a organização exige “explicações oficiais acerca do paradeiro de todos os jornalistas detidos e sobre as razões concretas para a sua detenção”, caso contrário “apenas se pode supor que estamos perante uma perseguição aos jornalistas iraquianos que são suficientemente corajosos para fazer reportagens em liberdade”.

A FIJ recorda ainda que na passada semana o operador de câmara Samir Mohammed, que estava ao serviço da Reuters e foi preso por tropas iraquianas há quatro meses, foi considerado por um tribunal secreto como “uma grande ameaça às forças da coligação e à segurança no Iraque”.

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