Repórter desaparecido há um ano

O jornalista Ali Astamirov, correspondente da Agência France Presse na Inguschia e na vizinha Chechénia, foi raptado há um ano e continua desaparecido, não se registando progressos na investigação do caso.

A crítica é da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que inquiriu o Grupo de Trabalho de Desaparecimentos Voluntários ou Forçados das Nações acerca do rapto do jornalista a 4 de Julho de 2003 na Inguschia, solicitando um maior esforço para apurar o paradeiro do repórter.

A RSF solicitou também ao secretário-geral do Conselho da Europa, Walter Schwimmer, e ao presidente da assembleia do Conselho, Peter Shieder, que criem uma comissão especial para acompanhar o caso e pressionar as autoridades russas e da Inguschia.

“Não se sabe se Ali Astamirov ainda está vivo, quem o raptou e porquê”, afirma Robert Ménard, secretário-geral da RSF, para quem a total ausência de notícias sobre o correspondente da France Presse é “perturbadora”.

Ali Astamirov, de 34 anos, tinha recebido várias ameaças anónimas nos meses anteriores ao seu rapto e acabou por ser sequestrado por homens armados na localidade de Altievo, na presença de outros jornalistas. O facto de nunca tendo sido pedido qualquer resgate à família ou à France Presse leva a suspeitar de que se tratou de uma vingança pelo seu trabalho jornalístico.

Em Outubro passado a RSF lançou um apelo para a libertação de Ali Astamirov assinado por dez jornalistas que sofreram a experiência do rapto: Roger Auque (Líbano, raptado em 1987) Maryse Burgot (ilha de Jolo, nas Filipinas, 2000), Scott Dalton (Colômbia, 2003), Jean-Jacques Le Garrec (Jolo, Filipinas, 2000), Jean-Paul Kauffmann (Líbano, 1985-88), Andreas Lorenz (Jolo, Filipinas, 2003), Roland Madura (Jolo, Filipinas, 2000), Ruth Morris (Colômbia, 2003), Jean-Louis Normandin (Líbano, 1986-87) e Philippe Rochot (Líbano, 1986).

Partilhe