Quase um milhar contra despedimentos no Grupo Prisa

A manifestação em Madrid contra os 2500 despedimentos anunciados pelo Grupo Prisa juntou quase um milhar de trabalhadores, naquela que é “a primeira e não a última” acção de luta contra uma decisão “injustificada e injusta”, garantem os representantes sindicais.

O protesto contou com o apoio total da Federação de Sindicatos de Jornalistas (FeSP) e do Comité Executivo da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), tendo este considerado que “os planos para reduzir postos de trabalho no Grupo Prisa tiveram origem numa gestão duvidosa, mais obcecada pelos ganhos accionistas do que pelo verdadeiro jornalismo”.

Em comunicado, os trabalhadores explicaram que a manifestação foi convocada porque “não há razões para externalizar tarefas e despedir trabalhadoras e trabalhadores de um grupo cujas empresas, apesar da dureza da crise, são capazes de gerar avultados lucros”, razão mais do que suficiente para rejeitar terminantemente qualquer despedimento colectivo.

“A situação que enfrentamos na Prisa é partilhada por milhares, milhões de pessoas neste país, onde os senhores que manejam os mercados pretendem que ter um posto de trabalho não seja um direito constitucional mas um privilégio que só eles podem conceder. Querem carta branca para explorar os jovens e expulsar os mais velhos do mercado laboral quando mais têm para dar, quando, paradoxalmente, esses mesmos especuladores impõem uma reforma cada vez mais tardia”, lê-se no comunicado.

Os trabalhadores frisam que este é o momento de fazer frente às pretensões do mercado e dizer um “rotundo NÃO” ao feudalismo financeiro que estes querem impor, pois “prescindir de 2500 pessoas não soluciona nada nem garante o futuro do grupo”, porque “foram os trabalhadores quem levou a Prisa a posições de liderança”, porque “este país não se pode dar ao luxo de perder mais pluralismo nos meios de comunicação”, e porque “não vale tudo para conseguir mais lucros”.

Além disso, “uma empresa que pretende difundir valores deve dar o exemplo”, e “os princípios sobre os quais se fundou o Grupo Prisa não podem cair no esquecimento”, recordam os trabalhadores, sem descartar o recurso a qualquer forma de luta sindical para “evitar esta tropelia”.

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