PT interpelada sobre despedimentos na Lusomundo.net

A intenção da Portugal Telecom em despedir colectivamente todos os trabalhadores da Lusomundo.net suscitou um protesto do Sindicato dos Trabalhadores da Portugal Telecom e Empresas Participadas (STPT) e um requerimento do deputado Bruno Dias, do PCP, sobre a posição do Governo, enquanto accionista daquele grupo.

O STPT estranhou a situação dos 24 jornalistas da empresa que assegura o sítio da TSF Online e dos jornalistas ameaçados pelo encerramento da redacção no Norte da “Notícias Magazine”. Em carta dirigida ao presidente executivo do grupo, Miguel Horta e Costa, a 27 de Fevereiro, o sindicato lembra que o principal responsável da PT garantiu que não iriam ser utilizados “métodos agressivos de redução de efectivos quando necessário muito menos o recurso ao despedimento colectivo”.

No documento, o STPT afirma a sua solidariedade com os trabalhadores ameaçados e com as posições assumidas pelo Sindicato dos Jornalistas, defendendo que a única solução para o problema da Lusomundo.net é a “plena integração dos trabalhadores pelas várias empresas do Grupo PT”.

O PCP pediu esclarecimentos ao ministro da Economia, Carlos Tavares, sobre qual a posição a assumir pelo Executivo neste caso, “tendo em conta a sua responsabilidade social na defesa dos postos de trabalho, mas considerando também a sua qualidade de accionista da PT”.

O requerimento do deputado comunista Bruno Dias foi entregue a 27 de Fevereiro, após o Grupo Parlamentar do PCP ter recebido uma delegação dos trabalhadores da Lusomundo.net, que se avistou com todos os grupos parlamentares e com o Presidente da Assembleia da República, Mota Amaral.

O parlamentar do PCP lembra estar em causa “um dos mais importantes projectos de jornalismo multimédia do País”, que está integrado num grupo “de cujo capital o Estado português detém uma importante participação e cujo presidente do Conselho de Administração é nomeado pelo Governo”.

A Portugal Telecom recuou, no dia 28, da sua posição de não integrar noutras empresas do grupo os trabalhadores da Lusomundo.net, dos quais apenas três aceitaram a rescisão do contrato.

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