Prisão perpétua para quatro jornalistas etíopes

Um tribunal etíope condenou quatro jornalistas a penas de prisão perpétua por “tentativa de derrubar o regime constitucional”, aplicando ainda elevadas multas aos grupos de imprensa Serkalem, Sisay e Fassil e ordenando o seu desmantelamento.

Os jornalistas Andualem Ayele, Zelalem Guebre, Mesfin Tesfaye e Abey Gizaw foram condenados a prisão perpétua, enquanto Wonakseged Zeleke recebeu três anos de prisão e Dawit Fassil 18 meses (dos quais já cumpriu 17).

Revelando alívio por não ter sido aplicada a pena capital aos jornalistas, como tinha chegado a ser solicitado pelo procurador Abraha Tetemke, a RSF considerou contudo que “é ultrajante impor pena de prisão perpétua a jornalistas que, ao que se sabe, estavam apenas a fazer o seu trabalho”.

Igualmente crítico da sentença, o director da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) para África, Gabriel Baglo, instou o primeiro-ministro Meles Zenawi a assegurar a libertação dos jornalistas, enquanto Joel Simon, director-executivo do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), afirmou que este episódio mostra porque motivo a Etiópia foi considerada o país onde a liberdade de imprensa mais se tem deteriorado.

Partilhe