Prémio Gazeta para Maria Augusta Seixas

O Grande Prémio Gazeta 2001 foi atribuído à jornalista Maria Augusta Seixas, da RTP, pela reportagem “Crimes no Asfalto”, distinguida pela qualidade “da investigação e da construção narrativa” e também por o júri a ter considerado “um bom exemplo” de um trabalho jornalístico de serviço público. O Prémio Revelação foi atribuído a Paulo Pena, da “Visão”, pela reportagem “As Ruas da Revolta”. O “Diário do Alentejo” ganhou o Prémio Imprensa Regional.

É o seguinte o texto integral das decisões do júri dos Prémios Gazeta 2001, organizados pelo Clube de Jornalistas e que foram divulgados a 19 de Junho.

Prémios Gazeta 2001

“O júri decidiu atribuir o Grande Prémio Gazeta 2001 à jornalista da RTP Maria Augusta Seixas pela reportagem “Crimes no Asfalto” (exibida no Canal 1), que aborda o trágico problema do alto índice de sinistralidade nas estradas portuguesas. O júri valorizou a qualidade do trabalho de investigação e da construção narrativa, assim como o rigor informativo e, simultaneamente, a sensibilidade, a contenção e o sentido ético demonstrados no tratamento de uma temática facilmente explorável numa perspectiva sensacionalista. Estas razões, assim como a actualidade do tema, levaram o júri a considerar a reportagem de Maria Augusta Seixas como um bom exemplo das características de que se devem revestir os trabalhos jornalísticos televisivos de serviço público.

O Prémio Revelação 2001 foi atribuído ao jornalista da revista “Visão” Paulo Pena pelo seu trabalho “As Ruas da Revolta” acerca das manifestações anti-globalização realizadas em Génova, no qual revelou assinaláveis qualidades de repórter. O júri teve particularmente em conta a hábil conjugação conseguida pelo autor entre a preocupação pela isenção e o interesse jornalístico e entre a atenção ao pormenor significativo e a valorização da dimensão humana.

“O Prémio Imprensa Regional foi atribuído ao Diário do Alentejo, de Beja. Produzido e editado numa das regiões tradicionalmente mais desfavorecidas do país, o Diário do Alentejo, que este ano comemora setenta anos de vida, tem sabido levar ao grande público o palpitar de um povo que não se revê nas abordagens que os grandes meios fazem do seu quotidiano, dos seus problemas, e das suas pequenas e grandes vitórias.

Foi no “Diário do Alentejo” que se formaram muitos dos jornalistas da região, alguns dos quais partiram, em busca de melhores condições de vida.

Foi também ele que, como não é raro ouvir, com as suas notícias, reportagens, entrevistas e crónicas ensinou no passado muita gente a ler. Ao não abdicar do jornalismo de investigação, ao não fechar as suas páginas aos problemas e dramas sociais da região, mas também ao muito de positivo que se vai construindo, o jornal conquistou, no Baixo Alentejo, um espaço único no jornalismo local e um lugar de referência no jornalismo regional.

“Os Prémios Gazeta, atribuídos desde 1984 pelo Clube de Jornalistas, têm o patrocínio da PT Comunicações.

“O júri foi composto por Daniel Ricardo (Clube de Jornalistas), Eduardo Gageiro (fotojornalista), Eugénio Alves (presidente do Clube de Jornalistas), Fernando Cascais (director do Cenjor), Fernando Correia (jornalista e professor universitário), Guiomar Belo Marques(Clube de Jornalistas), Jorge Leitão Ramos (crítico de cinema e televisão), José Mário Costa (jornalista), José Rebelo (professor universitário), José Manuel Paquete de Oliveira (sociólogo e professor universitário),”

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