Precariedade laboral ameaça média espanhóis

Um estudo da Associação de Imprensa de Madrid (APM), dirigido pelo catedrático Bernardo Díaz Nosty, concluiu que 88,5% dos jornalistas espanhóis considera que a precariedade laboral é o principal problema da profissão.

Baseado em sondagens feitas a profissionais no activo, jornalistas recém-licenciados, directores de diários de informação geral, correspondentes estrangeiros e peritos em meios de comunicação, este “Primeiro Relatório Anual da Profissão Jornalística” da APM revela ainda que essa precariedade dá muitas vezes origem a autocensura, derivada do medo de ser despedido.

Entre os exemplos de trabalho precário nos órgãos espanhóis estavam José Couso e Julio Anguita Parrado, jornalistas mortos em serviço no Iraque ao serviço da Tele5 e do “El Mundo”, respectivamente.

Esta precariedade laboral dos jornalistas coloca em risco a qualidade das empresas jornalísticas, alerta o presidente da Federação de Associações de Imprensa de Espanha, Fernando González-Urbaneja, dado que “com contratos indignos não se pode facer um trabalho digno e não se pode ter empresas dignas”.

Para resolver o problema, este dirigente defende a regulação do exercício do jornalismo mediante a aprovação dos projectos de Estatuto do Jornalista Profissional e da Lei de Direitos Laborais dos Jornalistas, actualmente em discussão no Congresso espanhol.

Segundo Fernando González-Urbaneja está mais que demonstrado que a “autorregulação” e o “autocontrolo” de nada servem ante as empresas que continuam a recusar mecanismos de defesa profissional e laboral.

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