Dúzias de polícias armados entraram de rompante na sede da Kantipur FM, em Katmandu, no Nepal, a 21 de Outubro, apreendendo equipamento vital ao funcionamento da estação, como um descodificador, um modem satélite e um gravador áudio digital.

O ataque ocorreu pouco antes da meia-noite, na véspera do sétimo aniversário da emissora, e horas depois de protestos nas ruas da capital contra a nova lei dos média, a qual proíbe transmissões simultâneas a partir de mais de um local e críticas ao monarca ou à sua família, entre outras medidas polémicas.

Antes da acção policial, uma delegação do Ministério da Informação e das Comunicações deslocou-se à Kantipur FM para a notificar da ilegalidade, mas o director Prabhat Rimal disse que só suspenderia as emissões com ordens escritas, alegando que a emissora tinha desde 2000 licença para emitir para fora de Katmandu, através de uma estação retransmissora no Leste do país.

Perante a resistência, o governo recorreu à acção policial, tendo dois dias depois ameaçado revogar as licenças de qualquer estação de rádio que viole a lei aprovada a 9 de Outubro, a qual já está a ser contestada nos tribunais por alegada inconstitucionalidade.